Rio de Janeiro PMs são indiciados em inquérito sobre ação que matou adolescente de 13 anos na Cidade de Deus

PMs são indiciados em inquérito sobre ação que matou adolescente de 13 anos na Cidade de Deus

Investigação apontou indícios de fraude processual, omissão de socorro e descumprimento de missão na conduta dos agentes

  • Rio de Janeiro | Bernardo Pinho*, do R7

Resumindo a Notícia

  • Processo apuratório demorou cerca de 17 dias para ser concluído.
  • Agentes que participaram da ação foram afastados provisoriamente.
  • Corregedoria manteve frequente contato com Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso.
Thiago Flausino, que tinha 13 anos

Thiago Flausino, que tinha 13 anos

Reprodução

A Corregedoria da Polícia Militar indiciou quatro agentes acusados de fraude processual durante a ação que terminou com a morte do adolescente Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, na Cidade de Deus, zona oeste do Rio. Os policiais envolvidos no episódio ocorrido no dia 7 de agosto foram ouvidos durante a apuração.

A investigação também apontou indícios de omissão de socorro e descumprimento de missão na conduta dos PMs, que estavam lotados no Batalhão de Polícia de Choque no momento do incidente.

Segundo familiares do adolescente, ele foi morto com cinco tiros quando circulava pela comunidade na garupa de uma moto. Em entrevista à Record TV Rio, eles contaram que Thiago era muito querido na região e que o sonho dele era ser jogador de futebol.

"Uma criança de 13 anos, com corpo de 13 anos. O Thiago não oferecia perigo para ninguém, inofensivo. Ele era estudante, não era envolvido com o tráfico, não era envolvido com drogas e não estava armado. Thiago estava curtindo o domingo dele com amigos, passeando. E, infelizmente, sofreu essa brutalidade. Ele levou vários tiros pelo corpo, pela perna, pelas costas. Ele era uma criança pequenininha, uma criança", declarou a tia do jovem.

No último dia 19, familiares, amigos, moradores da Cidade de Deus, artistas e apoiadores realizaram um protesto pedindo justiça pela morte de Thiago em Copacabana, na zona sul. “É uma forma de chamar a atenção do governo, que até agora não esclareceu nada. Se a gente fizesse isso na nossa comunidade, a gente ia estar entre tiros de borracha, tiro de bomba e outros tiros. Hoje, a gente está aqui atrás de justiça”, disse o pai do menino, Diogo Flausino.

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Os agentes que participaram da ação naquela madrugada foram transferidos de unidade e afastados do serviço provisoriamente, até a conclusão das investigações.

Todo o processo apuratório durou cerca de 17 dias para ser concluído. Em paralelo, segundo a PM, a corregedoria manteve frequente contato com a Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso.

*Sob a supervisão de PH Rosa

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