Testemunhas dizem que policiais mexeram no veículo
Divulgação/Polícia MilitarTrês policiais militares foram presos, nesta quinta-feira (26), após balearem duas pessoas durante uma perseguição a um veículo em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro.
Os três ocupantes do carro também foram detidos — até mesmo os feridos estão internados sob custódia.
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De acordo com as primeiras informações, os agentes foram acionados por conta de uma denúncia de roubo na região e iniciaram a busca por assaltantes em fuga.
Mas, segundo uma das vítimas, o automóvel em que estavam os três jovens foi alvejado por ter sido confundido com o dos criminosos.
A motorista do carro, Nívea Ágata Fernandes, de 24 anos, foi atingida por quatro tiros e levada a um hospital particular mais próximo, devido à gravidade de seu estado de saúde.
Já o primo da jovem, João Vitor de Oliveira, que estava no banco de trás, foi ferido de raspão. A esposa dele, Yasmin Gomes, estava no carona e não se feriu.
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Advogada de uma das vítimas, Márcia Daflon disse, em entrevista à Record TV Rio, que a mulher levada para a delegacia está em choque e negou qualquer envolvimento no assalto.
Na versão de Yasmin Gomes, a motorista deu passagem para o carro da polícia, quando foi alvejado por tiros.
"Estou buscando entender o porquê foi pedida a prisão em flagrante deles. Eles são vítimas do que a polícia fez, que foi alvejar o carro", declarou.
A advogada afirmou que não existe arma com o grupo e nenhuma marca de tiro no carro da polícia.
Segundo Márcia Daflon, vídeos registraram policiais mexendo no carro, depois do ocorrido, sem ninguém por perto.
Na ocorrência, os agentes apresentaram quatro celulares, três relógios, touca ninja e um rádio comunicador apreendidos. O material foi entregue na 17ª DP (São Cristóvão).
Material apreendido foi apresentado na delegacia
Divulgação/Polícia MilitarA advogada de Yasmin negou que os objetos estivessem no carro dos jovens.
A Polícia Civil já abriu uma investigação sobre o caso.
De acordo com informações da delegacia, os ocupantes do veículo foram presos em flagrante pelo crime de roubo, e os policiais militares, por tentativa de homicídio.
"A perícia foi realizada no local e as armas foram apreendidas para exame pericial", informou a nota oficial.
A Polícia Militar disse que um procedimento apuratório foi instaurado para averiguar a conduta dos agentes envolvidos na ação e que colabora integralmente com as investigações da Polícia Civil.
A corporação afirmou que os agentes envolvidos no caso serão matriculados de forma compulsória no PICP (Programa Integrado de Capacitação Profissional) para aprimorar o treinamento.
"Ressaltamos que o procedimento ensinado em todas as escolas de formação é que seja montado um cerco, por meio do acionamento de viaturas, para que os policiais possam interceptar o veículo em fuga e realizar a abordagem policial."
"O princípio da abordagem visa à aproximação cautelosa até o contato com o cidadão. A utilização do armamento é sempre o último recurso, necessário diante do perigo iminente contra a vida do policial", concluiu.