Polícia Civil aponta álibi para Escritório do Crime em caso Marielle
De acordo com investigadores, grupo de matadores de aluguel participava de outro homicídio no dia em que vereadora e motorista foram assassinados
Rio de Janeiro|Lucas Ferreira, do R7*
A Polícia Civil declarou que o grupo de matadores de aluguel conhecido como Escritório do Crime é apontado como responsável pela morte de um homem no mesmo dia em que a vereadora Marielle Franco foi assassinada. Os integrantes do grupo eram investigados como um dos prováveis executores da parlamentar e do motorista Anderson Gomes.
De acordo com o delegado Antônio Ricardo, a execução de Marcelo Diotti da Mata, também em 14 de março de 2018, não isenta o grupo de participação na morte de Marielle e Anderson, mas serve como um álibi que pode atrapalhar ambas investigações.
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“Nós temos uma linha de raciocínio que esse crime [morte de Marcelo] pode ter sido cometido para desvirtuar as ações da DH-Capital (Delegacia de Homicídios), já que foram crimes próximos, com horários próximos. De alguma maneira esses mercenários podem ter planejado os crimes de forma paralela para desvirtuar as operações.”
Ainda segundo o delegado Antônio Ricardo, o grupo cobrava cerca de R$ 100 mil por execução. Os suspeitos ainda são investigados por, pelo menos, mais duas tentativas de assassinato contra ex-policiais militares, também no ano de 2018.
Operação Tânatos
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a Polícia Civil realizaram nesta terça-feira (30) uma operação contra o grupo conhecido como Escritório do Crime, quadrilha que era paga, geralmente, para assassinar pessoas envolvidas com jogos de azar no Estado.
Batizada de Tânatos, deus da morte na mitologia grega, a operação em tenta cumprir quatro mandados de prisão e outros 20 de busca e apreensão em endereços na capital fluminense e na Baixada. Pelo menos dois destes mandados de prisão foram cumpridos contra os líderes da quadrilha, enquanto um terceiro homem, que não era alvo da operação, também foi detido.
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Segundo o MP-RJ, o grupo nutria apreço por Adriano da Nóbrega, morto em 9 de fevereiro durante uma operação da Polícia Militar da Bahia, na cidade de Esplanada. Capitão Adriano, ex-integrante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, também era investigado por envolvimentos com grupos milicianos e de execução.
As investigações apontam que o grupo agia sob encomenda, com armas de grosso calibre e assessórios que impedissem o reconhecimento por testemunhas do crime, como balaclavas e roupas camufladas.
Em nota, o MP-RJ afirmou que entre os mandados de prisão estão dois ex-policiais militares, conhecidos como Gago e Mugão. O grupo deve responder por organização criminosa e pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa