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Polícia Civil investiga suposto caso de discriminação contra menino autista em creche particular no Rio

Ex-colaboradora contou que a criança não era incluída nas atividades e recebia pouca comida para evitar ida ao banheiro

Rio de Janeiro|Julia Fernandes*, do R7

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Denúncia da mãe está sendo investigada pela Decradi Fernando Frazão/Agência Brasil

A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar a denúncia de discriminação contra um menino autista não verbal, de cinco anos, em uma creche particular no Grajaú, na zona norte do Rio de Janeiro.

A mãe da criança fez um desabafo nas redes sociais e registrou o caso na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) no último 17. Segundo a polícia, testemunhas já começaram a ser ouvidas e laudos médicos foram solicitados.


Ao R7 Raiza dos Santos Silva, de 27 anos, disse ter tomado conhecimento sobre o caso ao procurar saber da relação do filho com outros alunos, após o menino ter sido atingido por uma cadeira arremessada por outro colega, de quatro anos, na sala de aula.

Segundo a mãe, na ocasião, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado devido aos ferimentos leves sofridos pela vítima.


Em conversa com uma ex-colaboradora da instituição, Raiza foi informada de que o filho não era incluído nas atividades em grupo.

No registro de ocorrência, consta o relato da então funcionária de um episódio em que, a mando da diretora da creche, o menino ficou amarrado por um cinto a uma cadeira e fez as necessidades nas próprias calças.


De acordo com o que foi narrado à mãe, a criança só saiu do local para tirar fotos numa tentativa de simular que tudo estava bem.

A mesma pessoa contou que o menino chegou a ficar com restrição de alimentação para evitar que ele fosse ao banheiro.


O R7 tentou contato com a instituição. Porém, não conseguiu falar com a diretora por telefone nem por mensagens.

O advogado que representa a creche, Leone Gomes, respondeu à reportagem por meio de aplicativo de troca de mensagens.

Em nota, a defesa afirmou que a unidade de ensino segue todas as diretrizes da Lei de Inclusão (13.146/2015) e possui protocolos específicos para atendimento de crianças com necessidades especiais.

“A instituição investe continuamente na capacitação de sua equipe pedagógica, pois o bem-estar e a segurança das crianças são prioridade absoluta. Qualquer situação que possa comprometer esse princípio é tratada com máxima seriedade pela direção da escola”, destacou em um trecho do texto.

A reportagem questionou a creche sobre a denúncia e se tinha conhecimento sobre os fatos.

Em outro comunicado, a defesa respondeu que, “considerando a complexidade das alegações apresentadas e o respeito aos procedimentos legais em andamento, a instituição fornecerá esclarecimentos detalhados somente após análise completa da documentação oficial e consulta aos órgãos competentes”.

Por fim, o advogado reafirmou o compromisso com a transparência e a colaboração com as autoridades.

*Sob supervisão de Bruna Oliveira

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