Polícia faz operação de repressão ao tráfico no complexo do São Carlos
Alvo é quadrilha que também atua na Rocinha; investigação chamou atenção para participação de mulheres na alta hierarquia da organização criminosa
Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*
A Polícia Civil realiza, na manhã desta quarta-feira (22), a operação Fractionis para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas instalada nas comunidades do Complexo do São Carlos, na região central do Rio de Janeiro, e na Rocinha, na zona sul. Até as 12h de hoje, 13 pessoas já haviam sido presas.
A ação conta com a participação de 250 policiais civis do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada), DGPC (Delegacia-Geral da Polícia Civil), DGPB (Departamento Geral de Polícia da Baixada), da CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais) e do Saer (Serviço Aeropolicial).
Segundo a polícia, o principal objetivo é a identificação da cadeia criminosa atuante nas localidades investigadas, bem como a identificação de traficantes e lideranças do tráfico "que até então passavam despercebidas e se deslocavam livremente sem ser incomodadas".
Os 30 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça estão sendo cumpridos nos morros do São Carlos, da Mineira e Querosene, no Complexo de São Carlos, nas comunidades Vila Aliança, Rola e Antares, na zona oeste, e nos municípios de Itaboraí, Angra dos Reis, Macaé e na Baixada Fluminense.
A plataforma OTT-RJ (Onde Tem Tiroteio) informou que, por volta das 6h, tiros começaram a ser ouvidos no Complexo do São Carlos, no Estácio e no Catumbi. O tiroteio foi registrado em vídeo:
"6h37 e os trabalhadores que moram no morro do São Carlos ainda não conseguiram sair de casa para ir trabalhar nem levar seus filhos na escola", escreveu um usuário em uma rede social.
Participação feminina no crime organizado
A investigação de DCOD (Delegacia de Combate às Drogas) destacou a participação de mulheres na alta hierarquia da organização criminosa investigada, “com funções relevantes, tais como a parte financeira, transporte de drogas e armas e abastecimento dos pontos de vendas”. Dos 30 mandados expedidos, nove são contra mulheres.
Os indiciados responderão pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e porte ilegal de armas, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos de prisão.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Odair Braz Jr.