Polícia Civil realiza perícia em residência onde mãe e filhos viviam trancados
Record TVNeste sábado (30), a Polícia Civil faz uma perícia na casa onde uma mãe e dois filhos foram mantidos em cárcere privado, em Guaratiba, zona oeste do Rio, para investigar outros possíveis crimes cometidos no local.
Segundo a polícia, uma denúncia anônima forneceu indicação de que o agressor teria matado uma suposta filha e escondido o corpo na residência. A delegada responsável pelo caso decidiu vasculhar o local em razão dos crimes graves já investigados.
Agentes da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Campo Grande chegaram à casa nesta tarde acompanhados de uma equipe dos bombeiros que utiliza cães farejadores.
Até então, os investigadores não haviam tido acesso a parte do imóvel devido à presença de um foco de abelhas, segundo a polícia.
A Polícia Civil confirmou que a Corregedoria está investigando o motivo pelo qual a mãe e os dois filhos permaneceram trancados na casa mesmo com o conhecimento das autoridades.
O caso começou a ser investigado em 2020 e passou por duas delegacias. O Ministério Público do Rio e o Conselho Tutelar também haviam sido informados sobre a situação.
Família ficou em cárcere privado por 17 anos
Divulgação/PMO marido mantinha a esposa e dois filhos trancados dentro de casa sem higiene e comida. Ele inclusive amarrava os filhos. As vítimas foram resgatadas com quadro de desidratação e desnutrição grave.
Apesar de um dos vizinhos ter denunciado o caso, a maioria disse que não sabia o que ocorria na residência. Quem mora na região contou que o portão era mantido fechado e que o aparelho de som estava sempre alto. Hoje, eles acreditam que o homem queria abafar os pedidos de socorro.
O capitão da PM Willian Oliveira, que participou do resgate da família, disse que o cenário era estarrecedor. A residência úmida e escura tinha apenas uma janela. Ele afirmou que os filhos, de 19 e 22 anos, tinham a aparência de crianças, devido ao desenvolvimento inadequado.
A família está internada no Hospital Rocha Faria. Os três pacientes tiveram o quadro estabilizado. Eles estão recebendo todos os cuidados clínicos necessários, além do acompanhamento dos serviços social e de saúde mental, segundo a unidade.
O agressor está preso pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos e deve passar por audiência de custódia.