Polícia investiga racismo contra alunos e professor da Unicarioca
Caso também é acompanhado pela Secretaria Estadual de Direitos Humanos
Rio de Janeiro|Agência Brasil
A Polícia Civil do Rio abriu inquérito para investigar ofensas racistas, homofóbicas e ameaças contra seis estudantes e um professor do Centro Universitário Unicarioca. As vítimas registraram a ocorrência nesta segunda-feira (8) na DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), na zona oeste da cidade, acompanhados de uma advogada especializada, contratada pela universidade. A instituição também busca o autor ou autores das mensagens.
Sete pessoas foram citadas de maneira ofensiva pelo blog riodenojeira.com, no último fim de semana. Tiveram fotos divulgadas em um texto caracterizando a Unicarioca como “uma senzala gigantesca”. Nele, o autor chama alguns de macacos, faz ataques a mulheres e ameaça de morte um dos estudantes negros, provocando indignação.
Nas imagens reproduzidas na internet, o agressor se diz "incomodado com o tipo de gente” que tem frequentado a instituição. Ele diz que o centro universitário não recebe mais a “elite branca”, mas “negros e mestiços que entraram por cota, Prouni e Fies”, esses dois últimos, programas do governo federal para estudantes sem condições de pagar mensalidades.
O reitor da instituição, Maximiliano Damas, disse que a universidade repudia os ataque e toma todas as medidas legais para impedir que os casos se repitam.
“Prezamos nossa qualidade, as nossas diferenças, a nossa característica de acolhimento e tolerância. O que ocorreu é diametralmente oposto ao que a Unicarioca acredita e pratica”, frisou.
Foram ofendidos e ameaçados seis alunos de cursos variados e um professor, que trabalha na instituição há 26 anos e atualmente coordena um curso de pós-graduação.
“Estamos indignados. Esse é um momento triste, mas temos apoiado alunos e professor para que saibam da importância deles para a sociedade e para nós”, afirmou.
Alunos ofendidos pelas mensagens postaram vídeos em redes sociais cobrando que o autor dos ataques criminosos seja punido.
“Eu tenho 25 anos e nunca tinha sofrido racismo de forma direta. Mas além de me ameaçar de morte, [o autor] me chamou de homossexual, como se isso fosse ofensa, ainda foi homofóbico”, declarou o estudante Luiz Fernando Ferreira.
O caso está sendo acompanhado também pela Secretaria Estadual de Direitos Humanos. A pasta encaminhou a denúncia ao Ministério Público.
O blogriodenojeira.com publicou as postagens no sábado (6). No momento, está fora do ar e não respondeu à reportagem.