Polícia ouve médicos responsáveis por procedimento em que anestesista estuprou mulher no Rio
Chefe de anestesia e médica que deveria acompanhar Andres Onate são ouvidos na DCAV, no centro do Rio
Rio de Janeiro|Do R7, com Anabel Reis, da Record TV Rio
A Polícia Civil deve ouvir, nesta quarta-feira (18), novas testemunhas na investigação do caso do anestesista Andres Eduardo Onate Carillo, acusado de estuprar duas mulheres durante cirurgia.
Estão previstos depoimentos do chefe de anestesia do Hospital Clementino Fraga Filho, no Fundão, e da médica anestesista responsável pelo procedimento em que uma das duas vítimas foi estuprada na unidade. Segundo a Polícia Civil, como ele era residente na época do crime, ele não poderia ficar sem supervisão.
Na terça-feira (17), foi ouvido o pai de uma criança que foi anestesiada por Andres durante um exame em um hospital privado no Rio. Aos policiais, o homem disse que o anestesista pediu para que ele e a esposa deixassem a sala para que ele realizasse o procedimento e depois eles poderiam voltar para acompanhar o exame.
A menina de um ano, que faz tratamento oncológico, ficou aos cuidados do médico e de uma enfermeira. O homem disse ainda que a ajudante ficou entrando e saindo da sala e que a anestesia e entubação demorou entre 20 e 30 minutos.
O homem também disse que a direção do hospital informou que o técnico responsável pelo exame ficaria na sala o tempo todo, mas ele só entrou após a anestesia. Ele procurou a responsável pela área de radiologia, e foi informado que a sala tinha câmeras, mas o diretor técnico do hospital disse que não havia câmeras voltadas para a maca onde a filha dele foi anestesiada.
Além do estupro de duas mulheres, a polícia também investiga se Andres criou um perfil falso para se comunicar com crianças e adolescentes.
A DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima) analisa gravações de troca de mensagens privadas em uma rede social. As conversas envolvem texto, voz e vídeo com cenas de nudez.
Para a polícia, as expressões em espanhol e a localização mostram que Andres falava com as vítimas. Além disso, há suspeitas de que ele tenha produzido 13 vídeos pela internet com dez crianças.
Em depoimento à polícia, na segunda (16), Andres disse não saber por que nutria dentro de si “a compulsão de ver e armazenar pornografia infantojuvenil”.
A Justiça manteve a prisão temporária do médico colombiano em audiência de custódia, na terça-feira (17). A defesa informou à Record TV que vai se manifestar nos autos do processo.