Propaganda de motel "sensual demais" gera polêmica mais uma vez
Conar recebeu denúncia e analisa se abrirá processo para retirar campanha de circulação
Rio de Janeiro|Alessandro Lo-Bianco
Mais uma vez, a propaganda de um Motel na Zona Sul virou alvo de polêmica no Rio e foi parar no Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária). A campanha, exposta nas traseiras dos ônibus da cidade, está novamente sendo acusada de forte apelo sensual e atrair a atenção do público infantil.
O órgão recebeu a denúncia nesta segunda-feira (19) e analisará, nos próximos dias, "se o caso motivará a abertura de um processo ético a respeito da campanha". A publicidade mostra uma mulher sentada em cima de um homem deitado, ambos sem roupas, simulando um ato sexual.
A campanha chamou atenção de crianças e pais. Nas redes sociais, diversas pessoas se manifestaram sobre a circulação da propaganda e criticaram o agravante delas estarem expostas na parte externa dos ônibus municipais da rede pública de transporte da cidade.
— É de péssimo gosto. Foi o conjunto. A imagem, a exposição nos ônibus que levam e trazem nossos filhos do colégio. Controlo o conteúdo sexual que meu filho acessa pela internet e não pode haver essa exposição explícita quando ele chega no ponto de ônibus — disse uma moradora de Botafogo, que reside próxima ao motel no bairro.
O mesmo motel já teve uma propaganda suspensa em 2013 pelo Conar pelo mesmo motivo. Na época, circulava a imagem de uma mulher de pé, em cima de um homem com o rosto de um Panda. No mesmo mês da acusação, o motel lançava a mesma publicidade com os dizeres "proibido", com uma tarja preta sobre o rosto do panda.
Entretanto, logo após o Conar manifestar a abertura do processo, o motel informou que já havia retirado de circulação toda publicidade, "antecipando-se à decisão do próprio conselho". Mas, alguns meses depois, uma nova campanha voltou a circular em 50 coletivos com a frase "proibido para pessoas cardíacas", quando a mesma foto passou a circular com uma tarja nas nádegas da modelo.
Em contato com a reportagem, a SMTR (Secretaria Municipal de Transportes) informou que faz o acompanhamento dos contratos publicitários em busdoor — anúncios em ônibus — para fins de controle contábil. No entanto, o conteúdo dos cartazes publicitários não passa pelo órgão, que recomenda a todos que se sentirem ofendidos pela publicidade mencionada pela reportagem a denunciar o caso para o Conar.