Quiosque onde congolês foi morto tem funcionamento suspenso
Dono de estabelecimento onde Moïse Kabamgabe foi assassinado, na Barra da Tijuca, será ouvido pela Polícia Civil nesta terça
Rio de Janeiro|Victor Tozo, do R7*
O quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, onde o congolês Moïse Kabamgabe foi espancado até a morte, teve seu funcionamento suspenso pela Orla Rio, responsável pela concessão pública do local, nesta terça-feira (1º).
Em nota, a concessionária informou que suspendeu imediatamente a operação terceirizada dos dois quiosques que funcionam no ponto onde o crime ocorreu no dia 24 de janeiro. A empresa também solicitou esclarecimentos aos responsáveis pelo local.
A Orla Rio declarou que aguarda o resultado da investigação policial para tomar qualquer medida que se faça necessária. Além disso, destacou que, caso um dos operadores seja considerado culpado pelo crime, a concessionária irá rescindir o contrato e retomar a posse do quiosque, além de ingressar com uma ação judicial própria para a reparação de perdas e danos.
Por fim, a Orla Rio se solidarizou com a família de Moïse e se colocou à disposição das autoridades policiais para ajudar nas investigações do caso, que considerou como "gravíssimo" e "intolerável".
A Prefeitura do Rio, por meio das secretarias de Fazenda e Planejamento e de Ordem Pública, também suspendeu a licença do alvará de funcionamento dos quiosques 62 A e 62 B, localizados na avenida Lúcio Costa, até que sejam apuradas as responsabilidades sobre a morte do jovem congolês.
O prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, publicou que encontrou com a mãe e os dois irmãos de Moïse em seu gabinete nesta tarde. Ele se solidarizou com os familiares e afirmou que as secretarias de Cidadania e Direitos Humanos e de Assistência Social foram colocadas para acompanhar a família e promover o auxílio necessário.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, também se manifestou sobre a morte de Moïse através de uma rede social. Ele disse que o assassinato do jovem "não ficará impune" e afirmou que a Secretaria de Assistência à Vítima irá procurar os familiares do congolês para dar o apoio necessário.
Moïse tinha 24 anos e trabalhava como ajudante de cozinha no quiosque. Ele teria ido ao local cobrar o pagamento das diárias de seus serviços, quando foi agredido por um grupo de homens com pedaços de madeira e um taco de beisebol até a morte. Quatro suspeitos já foram identificados.
Na tarde desta terça, um suspeito de envolvimento no assassinato do jovem se entregou à 34ª DP (Bangu) e foi encaminhado à DHC (Delegacia de Homicídios da Capital), responsável pela investigação do caso. O depoimento do dono do estabelecimento onde o crime ocorreu é esperado ainda hoje na especializada.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira