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Rede municipal de ensino do Rio registra déficit de 6 mil professores

Em dez anos, o número de professores caiu de 42.536 para 36.416; os alunos de regiões carentes e periféricas são os mais afetados

Rio de Janeiro|Da Agência Brasil

Falta de professores afeta crianças carentes e de regiões periféricas
Falta de professores afeta crianças carentes e de regiões periféricas Falta de professores afeta crianças carentes e de regiões periféricas

Nos últimos dez anos, o número de professores na rede municipal de ensino do Rio de Janeiro caiu de 42.536, em 2013, para 36.416, em 2023, o que representa uma redução de 6.120 profissionais. Na área de apoio à educação, houve uma queda de 16.712, em 2014, para 12.186 este ano. São 4.018 profissionais a menos. O levantamento foi feito pela vereadora Luciana Boiteux (PSOL), a partir de dados oficiais da prefeitura do Rio de Janeiro.

Segundo o levantamento, os mais prejudicados são crianças carentes e de regiões periféricas, principalmente as que precisam de vagas em creche, além de mulheres negras que têm de deixar seus filhos na escola para trabalhar. Outro dado alarmante é quanto ao baixo número de profissionais para atender alunos com necessidades especiais. A vereadora Luciana Boiteux alerta para uma realidade que não é nova, tendo se repetido a cada início de ano letivo. Para ela, além de prejudicar os estudantes, a situação também é péssima para os professores.

"O levantamento aponta que esta falta de investimento em educação pública do Rio vai afetar diretamente a saúde do profissionais de educação", afirmou a vereadora. "Vemos no cotidiano a falta de condições de trabalho, com turmas superlotadas e ausência na valorização dos salários, que se encontram defasados — problemas antigos na rede", declarou a parlamentar em entrevista à Radioagência Nacional.

"A lista para migração em 2022 contava com mais de 8.600 professores aptos a mudar para o regime de 40 horas. Isso explica por que todo início de ano temos turmas sem aulas. Só no ano de 2021, 1.834 [professores] deixaram a rede em definitivo", informou Boiteux. “Para solucionar este problema, é imprescindível realizar novos concursos públicos e convocar os aprovados dos concursos que ainda estão com validade. Além disso, garantir a migração dos milhares de professores que querem ampliar sua jornada de trabalho para 40 horas e que hoje já dobram sua carga horária por meio da Dupla Regência, ou seja, realização de hora extra”, explica a vereadora.

Na última semana, a Secretaria Municipal de Educação (SME) emitiu uma nota para esclarecer que anunciou a contratação temporária de 670 profissionais para suprir afastamentos temporários e convocou 570 aprovados em concursos anteriores, o que totaliza 1.240 novos docentes que entrarão na rede nas próximas semanas. A SME informou também que outra frente de atuação é determinar retorno de professores cedidos a outros órgãos. A Secretaria ainda afirma que, com essas estratégias, atenderá à demanda atual por professores.

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