Rio: hospital cria ala para tratar pacientes com sequelas de covid-19
Equipe do Pedro Ernesto trabalha capacidade respiratória e melhoria muscular com pessoas que já se recuperaram do novo coronavírus
Rio de Janeiro|Lucas Ferreira, do R7*, com Record TV Rio
O Hospital Universitário Pedro Ernesto criou uma ala especializada no tratamento de pacientes que apresentam sequelas do novo coronavírus, em Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro. A unidade administrada pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) dá aos recuperados da covid-19 um tratamento de difícil acesso aos mais pobres.
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De acordo com o coordenador do gabinete de crise do Pedro Ernesto, Marcelo Canetti, a ala foi criada para evitar que pacientes retornasse aos hospitais com problemas na pele ou com pneumonia por aspiração, por exemplo. Segundo ele, com este cuidado após a cura do novo coronavírus, os pacientes conseguem ter uma recuperação plena.
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“Muitos deles têm uma condição socioeconômica mais baixa, eles não tinham condições de fazer esse tratamento em homecare como os pacientes de hospitais privados fazem. Então nós desenvolvemos este conceito aqui para que os pacientes pudessem ter uma recuperação plena antes de serem liberados para a residência.”
Um destes pacientes é o motorista Umerson Olimpio, que está há mais de 50 dias lutando contra o novo coronavírus e sequelas causadas. Ele afirma que chegou ao hospital sentindo muita febre e tosse e descobriu que estava com 80% do pulmão comprometido. Após se recuperar da covid-19, Umerson agora precisa recuperar músculos e toda capacidade respiratória.
“Um exercício simples se torna mais complicado para gente fazer porque cansa. Até para tomar banho eu sinto falta de ar”, explicou o motorista.
Assim como Umerson, outros pacientes também realizam trabalhos diários de expansibilidade torácica. Entretanto, não é apenas esta região do corpo que é comprometida pela doença. Indiretamente, músculos, como os da perna, começam a perder parte da capacidade de sustentação após 24 horas de internação no CTI (centro de terapia intensiva).
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A fisioterapeuta Elian Leal explica que para pacientes como Umerson, que desenvolveram a forma mais grave da doença, é comum que uma tosse seca persista até mesmo após a recuperação.
A rotina de exercícios cria uma ligação estreita de Elian e outros funcionários da equipe médica. Para a fisioterapeuta, ajudar na recuperação dos infectados pelo novo coronavírus é uma fonte de alegria.
“Nós ficamos muito orgulhosos e felizes por estamos ajudando”, conclui Elian.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Ingrid Alfaya