Rio lança plano de conservação da flora endêmica ameaçada
Ações como coleta de sementes e produção de mudas começam em setembro. Objetivo é preservar 884 espécies nativas da flora fluminense
Rio de Janeiro|Da Agência Brasil
A Seas (Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade) do Rio de Janeiro lançou um plano de ação para conservação da flora endêmica ameaçada.
Leia mais: Suspeito de ser olheiro do tráfico é preso em Icaraí (RJ)
O objetivo é preservar 884 espécies nativas da flora fluminense, que só existem no Rio de Janeiro, com foco nas 513 espécies ameaçadas de extinção. O Rio é o primeiro estado a tomar esse tipo de iniciativa.
Segundo a subsecretária de Conservação da Biodiversidade e Mudanças do Clima, Eline Martins, o plano é o instrumento oficial para realizar as ações, traçando e implementando estratégias efetivas de proteção dessas espécies.
“O Rio foi pioneiro em traçar um plano para a sua flora endêmica, que é aquela que não existe em nenhum outro lugar do mundo, só no estado do Rio. Então, é uma responsabilidade muito grande se a gente deixa uma espécie dessas se extinguir, porque, se ela se extinguir no Rio, quer dizer que ela acabou no mundo inteiro," disse a subsecretária.
Leia também
Eline disse que o documento foi elaborado em 2018 e instituído este ano, por meio de publicação no Diário Oficial do estado. Com isso, a secretaria pode buscar os recursos para implementar as ações necessárias.
“O primeiro passo que foi dado é a Estratégia Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção, um projeto grande do Ministério do Meio Ambiente e com recursos internacionais. É chamado de Pró-Espécies. Já podemos captar recursos junto a esse projeto, nós entramos um pouco à frente dos outros estados”, acrescentou.
De acordo com Eline, o plano começa a ser implementado a partir de setembro, com atividades como coleta de sementes e produção de mudas de espécies ameaçadas, para que, nas ações de restauração de florestas, essas espécies já possam ser inseridas.
"Também queremos tirar as espécies exóticas invasoras, que não deixam a flora nativa crescer,” informou.
Eline destacou que outras ações previstas não requerem recursos adicionais, como o treinamento de funcionários do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) para usar os dados das espécies ameaçadas de extinção no licenciamento das obras.
“É um pacto mesmo, vamos nos organizar para fazer isso. É uma questão de direcionar, é um documento mobilizador,” disse Eline.
No estado do Rio de Janeiro existem mais de 9 mil espécies de plantas. Para Eline, as principais ameaças às 884 espécies endêmicas são a situação urbana, o fogo ilegal nos campos de altitude, as espécies invasoras e o desmatamento ilegal.
O plano tem duração prevista de cinco anos, com monitoramento anual e uma avaliação ao término do prazo, quando será definido se as ações vão continuar.