RJ: Conselho de Medicina analisa conduta ética de Edmar Santos
De acordo com o Cremerj, caso haja denúncia, após ser notificado, o ex-secretario de Saúde terá direito à ampla defesa. Santos está preso preventivamente
Rio de Janeiro|Raíza Chaves, do R7*
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) instaurou nesta terça-feira (14) uma sindicância para apurar possíveis desvios éticos na conduta de Edmar Santos quando foi secretário de Saúde do estado.
Santos é investigado por desvio de verbas no combate à covid-19, especialmente na compra de insumos e medicamentos e na montagem dos hospitais de campanha.
De acordo com o conselho, "existe um rito para se respeitar, inclusive, com o direito à ampla defesa." Caso haja denúncia, ele vai ser enviada ao médico para que ele possa se explicar.
Em seguida, um sindicante conselheiro vai avaliar se há algum indício, juntar as provas como um processo similar a um processo jurídico normal.
Edmar Santos foi preso na última sexta-feira (10) em casa, na zona sul do Rio. Entre as justificativas está a possível interferência política no recolhimento de provas. Durante a ação, os promotores apreenderam cerca de R$ 8,5 milhões - parte do dinheiro estava em moedas estrangeiras.
Dois endereços do ex-secretário do governo Witzel foram alvo de mandados de busca e apreensão - em Itaipava, na Região Serrana, e em Botafogo, na zona sul do Rio - nesta fase da Operação Mercadores do Caos.
Entre os motivos que levaram à Justiça decretar a prisão preventiva do ex-secretário está a possibilidade de interferência na colheita de provas devido ao "poder político" de Edmar Santos.
Durante as investigações, os promotores tiveram acessos a áudios em que Santos sugeriu ao ex-subsecretário Gabriell Neves, que também está preso, a criação de uma "lista secreta" para mapeamento de endereços de fornecedores, o que reforça indícios de corrupção na área da Saúde.
Edmar Santos, que é tenente-coronel da Polícia Militar, foi levado à unidade prisional da corporação em Niterói, na Região Metropolitana.
De acordo com o porta-voz da PM, coronel Mauro Fliess, Santos pode responder pela conduta em um procedimento interno, com risco de ser expulso da instituição.
*Sob supervisão de Paulo Guilherme