RJ: Ex-secretário da Saúde de Eduardo Paes é investigado pelo MP
Daniel Soranz teria facilitado a vigência de contrato com empresas suspeitas de causar mais de R$ 6 milhões de prejuízos à prefeitura do Rio
Rio de Janeiro|Sylvestre Serrano, da Record TV
O secretário de Saúde do ex-prefeito Eduardo Paes está na mira do Ministério Público. Daniel Soranz teria facilitado a vigência de contrato com empresas suspeitas de causar mais de R$ 6 milhões de prejuízos à prefeitura do Rio.
A denúncia se refere a contratos de capacitação técnica de médicos. Os convênios foram assinados em 2014 e em 2015, durante a gestão de Eduardo Paes, entre a Secretaria Municipal de Saúde e a Fundação Bio Rio.
Para os promotores, foi montado um esquema que desviava dinheiro público com uma "cobrança velada de taxa de administração" e "despesas administrativas" que "não tinham relação com os convênios ". Esse mecanismo seria uma forma de "apropriação ilícita" de parte dos contratos.
O Ministério Público entende que o ex-secretário de saúde de Paes estava ciente de tudo. A denúncia reforça que Daniel Soranz não assinou termos aditivos desses contratos, mas " deixou de adotar medidas necessárias para cessar o vínculo com a fundação".
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Daniel Soranz será notificado a prestar esclarecimentos nessa ação que apura improbidade administrativa e dano aos cofres públicos. Ele deve ser ouvido por um juiz e só depois disso a justiça vai decidir se ele vai virar réu no processo. A denúncia aponta que os prejuízos ultrapassaram os R$ 6 milhões.
Os promotores ainda questionam a participação de funcionários do instituto Iabas que teriam representado a fundação Bio Rio nas negociações com a prefeitura. O ex-presidente do Iabas, Luis Eduardo Cruz, foi preso há dois anos acusado de desviar dinheiro em contratos firmados com a prefeitura do Rio, durante a gestão de Eduardo Paes.
Este ano, o instituto está de novo no centro dos escândalos dos contratos fraudulentos assinados com governo do estado do Rio para a construção de hospitais de campanha durante a pandemia.
Daniel Soranz disse em nota que lamenta a utilização política do Judiciário e estranha que a solicitação tenha surgido quatro anos após os fatos, justamente próximo do período eleitoral. E reitera que todos os valores divergentes foram apontados pela prefeitura à época e estão em discussão judicial.
O ex-prefeito Eduardo Paes não retornou os contatos do Jornal da Record.