Rogério 157: da mansão de luxo na Rocinha à prisão
Chefe do tráfico da Rocinha foi preso em operação na zona norte do Rio
Rio de Janeiro|Jaqueline Suarez, do R7
O traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, foi preso na manhã desta quarta-feira (6), na favela do Arará, zona norte do Rio, durante uma megaoperação da Seseg (Secretaria de Estado de Segurança) na região. O criminoso estava sendo rastreado pelo setor de inteligência da secretaria desde setembro deste ano, quando teve início uma guerra na Rocinha, zona sul carioca. O conflito foi motivado por um racha entre 157, apontado como o chefe do tráfico de drogas no local, e o ex-líder, o Nem da Rocinha.
A disputa pelo controle da comunidade motivou uma tentativa de invasão no dia 17 de setembro. Na ocasião, criminosos armados tentaram invadir a favela, sendo o estopim para uma guerra. Segundo as investigações, as ordens teriam partido do traficante Nem, que cumpre pena desde 2011.
Na manhã seguinte, começaram as incursões policiais na área. Sem o cessar da violência, o Governo do Estado pediu apoio das Forças Armadas, que chegaram a ocupar a comunidade por uma semana. A busca por Rogério 157 foi colocada pela Secretaria de Segurança como ponto central para controlar a situação na região. A recompensa por informações que levassem a prisão do traficante foi a maior já oferecida pelo Disque-Denúncia: R$ 50 mil.
Além das buscas na favela da Rocinha, outras comunidades controladas pela facção a qual Rogério 157 pertence, também se tornaram alvo de operações.
No alto da favela, com vista para o mar da zona sul, foi encontrada uma mansão, que segundo a polícia, pertenceria ao criminoso. A casa, mobiliada com artigos de luxo ilustram a vida de ostentação que Rogério 157 levava. O lema do traficante, “Jesus é o dono do lugar”, está expresso em vários muros da Rocinha, assim como, no medalhão que aparece em seu pescoço em algumas fotos.
Antes de chefiar o tráfico de drogas na favela da zona sul, 157 era o segurança pessoal do traficante Nem da Rocinha. Ele é réu em onze processos judiciais, respondendo por crimes como tráfico de drogas, associação criminosa, extorsão e homicídio. O apelido, 157, é uma referência ao artigo sobre roubo do código penal.
Rogério tem uma passagem pelo sistema carcerário entre 2010 e 2012, após uma invasão ao Hotel Inter-Continental, em São Conrado. Na ocasião, dez criminosos fizeram 35 reféns, quando tentavam escapar de um cerco policial. Sem julgamento, a Justiça decidiu libertar o criminoso, que seria condenado dias depois pelo crime.
Rogério 157 era o criminoso mais procurado do Estado do Rio. O criminoso foi levado para a Cidade da Polícia, no Jacaré, de onde deve ser encaminhado para o presídio.
*Sob supervisão de PH Rosa