Sérgio Cabral é denunciado pela 25ª vez na Lava Jato

O MPF (Ministério Público Federal) denunciou pela 25ª vez o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral na Operação Lava Jato. A denúncia, que reúne elementos apurados nas operações Calicute, Eficiência e Tolypeutes, investiga possíveis crimes de corrupção passiva praticados na contratação de obras com a participação da Odebrecht.

De acordo com o MPF, no total, foram identificados pagamentos de propina no valor de mais de R$ 78,9 milhões da empreiteira.

As investigações apontam para a existência de uma organização criminosa estruturada no governo do Estado durante a gestão de Cabral. 

Na denúncia, os procuradores afirmam que, logo após assumir o governo em 2007, o ex-governador e o então secretário Wilson Carlos solicitaram à empreiteira o pagamento de uma mesada no valor de R$ 1 milhão.

Eles ressaltam ainda que, durante as investigações, foi possível identificar o pagamento de propina nas obras de urbanização no Complexo do Alemão, na construção do Arco Metropolitano, na reforma do Maracanã e na construção da linha 4 do metrô. 

Segundo o MPF, os pagamentos à Cabral eram realizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e que, nas planilhas de registro da empreiteira, o ex-governador era identificado com o codinome Proximus.

Em nota, a defesa de Cabral afirmou que "a denúncia é inepta". Os advogados alegam que o ex-governador "já foi julgado por esses mesmos fatos" e que "o MPF já não se contenta em fatiar a mesma causa em vários processos, agora também duplica a acusação em feitos distintos". 

A defesa afirmou ainda que vai pedir ao TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) que bloqueie a ação. 

*Estagiária do R7, sob supervisão de Leonardo Martins