STJ concede prisão domiciliar para viúva de Adriano da Nóbrega
Acusada de associação criminosa e lavagem de dinheiro, Julia Lotufo era considerada foragida desde março
Rio de Janeiro|Do R7
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu, na segunda-feira (26), prisão domiciliar para Júlia Lotufo, viúva do miliciano Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro de 2020. Acusada de associação criminosa e lavagem de dinheiro, ela é considerada foragida desde que teve a prisão preventiva decretada em março deste ano.
Entre as medidas cautelares determinadas pelo ministro do STJ Reynaldo Soares da Fonseca estão uso de tornozeleira eletrônica e proibição de manter contato com outros investigados por suspeita de movimentação de recursos ilícitos do miliciano.
Na decisão que substituiu a prisão preventiva por domiciliar, Fonseca considerou a lei de proteção à criança e destacou que a mulher de Adriano tem uma filha de 9 anos, que está desamparada.
Para o ministro do STJ, os crimes imputados, em tese, não envolveram violência ou grave ameaça, nem foram praticados contra descendentes. Portanto, concluiu o magistrado, não está caracterizada situação excepcionalíssima que justifique o encarceramento.
Segundo a defesa, a cliente não se apresentou às autoridades até hoje em razão do risco que corria em uma unidade prisional. Os advogados negaram o envolvimento dela com as atividades criminosas do miliciano.
Adriano da Nóbrega foi morto durante uma ação policial na Bahia em fevereiro de 2020. O ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) era apontado como chefe de um grupo conhecido como Escritório do Crime. A quadrilha atuaria na zona oeste do Rio e seria especializada em assassinatos por encomenda.