A SuperVia, concessionária responsável pelo transporte ferroviário no Estado do Rio de Janeiro, ajuizou nesta segunda-feira (7) um pedido de recuperação judicial com base na LRF (Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial e de Falências) no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). Segundo a empresa, o pedido tem como objetivo preservar a prestação de serviço aos milhares de passageiros de trens da Região Metropolitana e iniciar um novo ciclo de negociação, junto aos credores e ao Poder Concedente (Governo do Estado), a fim de superar a atual crise financeira pela qual passa a concessionária.Pandemia A SuperVia afirma ter sido "duramente" impactada pelos efeitos da pandemia do covid-19. Desde março de 2020, a empresa acumula uma perda financeira de mais R$ 474 milhões, resultado da redução de mais de 102 milhões de passageiros, até 2 de junho de 2021. Antes da pandemia, a concessionária transportava 600 mil passageiros por dia. Atualmente, o fluxo diário se estabilizou em 300 mil passageiros por dia. Com o agravamento da pandemia e da crise econômica e social do Rio de Janeiro, a recuperação total do fluxo de passageiros está prevista apenas para 2023, segundo a empresa. A SuperVia afirmou ainda não contar com qualquer subsídio do governo e ter, basicamente, os recursos da venda das passagens como fonte da manutenção do serviço. As dívidas da empresa somam aproximadamente R$ 1,2 bilhão, grande parte dela acumulada para pagar o custo da operação deficitária durante a pandemia. No último dia 13 de abril, a Agetransp (Agência Reguladora dos Transportes do Estado do Rio de Janeiro) reconheceu a responsabilidade do Poder Concedente em promover o ressarcimento emergencial à SuperVia de R$ 216 milhões, valor esse correspondente à complementação dos custos mínimos da concessionária para garantir a manutenção da operação durante a pandemia. A SuperVia opera o serviço de trens urbanos no Rio de Janeiro e em mais onze municípios da Região Metropolitana, que incluem Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Queimados, São João de Meriti, Belford Roxo, Japeri, Magé, Paracambi e Guapimirim, através de uma malha ferroviária de 270 quilômetros, dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações.*Estagiário do R7 sob supervisão de Celso Fonseca