A operação policial que terminou com a morte de Thiago da Silva Folly, o TH da Maré, um dos principais chefes do tráfico de drogas no Complexo da Maré, ocorreu quando o criminoso estava fora da zona de comando dele. TH da Maré foi localizado pela polícia em um esconderijo no Morro do Timbau, e não nas comunidades da Vila do João ou Baixa do Sapateiro, localidades dominadas por ele. De acordo com informações obtidas com exclusividade, a escolha do Timbau como refúgio de TH se deu por três razões: posição geográfica estratégica, menor incidência de X-9 e laços familiares.Segundo fontes, o Timbau possui uma configuração territorial que torna o local um verdadeiro labirinto, especialmente na região que faz divisa com a Baixa do Sapateiro, onde estão os becos próximos ao prédio conhecido como CEASM (Centro de Estudo e Ações Solidárias da Maré) — apelidado pelos locais de “faculdade”. A área é considerada de difícil acesso para incursões policiais, sendo considerada um ponto estratégico para lideranças criminosas. No entanto, o mesmo terreno que favorece o esconderijo também representa uma armadilha. Caso as duas principais travessias — uma em direção à Baixa do Sapateiro e outra rumo à Vila dos Pinheiros — sejam bloqueadas por forças de segurança, o território se torna uma espécie de “cercado”, dificultando qualquer fuga por parte dos criminosos.Outro fator decisivo foi o controle territorial. O Morro do Timbau sempre foi dominado pelo TCP (Terceiro Comando Puro), facção que tinha TH como um dos líderes. Ao contrário de outras áreas do complexo, a localidade não possui histórico de domínio da facção rival, ADA (Amigos dos Amigos) — o que, segundo fontes, reduz a presença de informantes ou “X9” e aumenta o nível de confiança das lideranças na segurança local.Além disso, TH tinha raízes pessoais no Timbau. Familiares próximos viviam na divisa da localidade com a Baixa do Sapateiro, o que reforçava a decisão de se esconder na localidade frequentemente.O traficante adotou a estratégia de se esconder no Timbau após a morte dos dois policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), em junho de 2024, na Vila do João, área de seu controle. A morte dos agentes entrou “na conta” de TH, que, como um dos líderes do TCP no Complexo da Maré, passou a ser o principal alvo das forças de segurança.Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o próximo nome na mira da polícia é o traficante conhecido como Michel de Souza Malveira, identificado como “Mangolê” ou “Bill”, responsável pelo tráfico no Morro do Timbau e outras localidades no Complexo da Maré.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp