Vendedor de balas é morto a tiros por policial militar em Niterói
PM diz que agente reagiu a tentativa de roubo; testemunhas afirmaram que vítima tentou abordar pedestre para vender balas
Rio de Janeiro|Victor Tozo, do R7*, com Record TV Rio
Um vendedor de balas identificado como Yago dos Santos foi morto a tiros por um policial militar após uma discussão na estação das barcas em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, no início da tarde desta segunda-feira (14).
A Polícia Militar afirmou que um agente de folga teria presenciado uma tentativa de roubo na Praça Arariboia. Ao intervir, o homem teria "investido contra a integridade" do policial, que atirou contra ele.
No entanto, testemunhas contradizem a versão da PM. Um homem que se apresentou como primo da vítima disse que ele tentou abordar uma pessoa para vender balas e ela o teria chamado de ladrão e, em seguida, um agente que passava pelo local teria entrado na discussão e acabou atirando contra o vendedor.
"Mais um confundido. Largou a vida errada e hoje em dia vende bala pra sustentar a filha, que daqui a quatro dias vai fazer aniversário. Era o sonho dele fazer a festa de dois anos da filha. Será que ainda vai ter essa festa", lamentou o primo.
A morte do vendedor de balas gerou protestos de pessoas que estavam perto da estação das barcas. Agentes do Corpo de Bombeiros, da PM e da Guarda Municipal estavam no local. Agentes utilizaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
Um homem acusou guardas municipais de terem utilizado o gás na direção de seu filho, um bebê que estava no colo. Ele relatou ser amigo do vendedor morto.
Em nota, a CCR Barcas informou que houve uma discussão entre dois pedestres nas imediações da estação Arariboia. A Guarda Municipal disse que um suspeito de atirar contra o vendedor foi encaminhado à 76ª DP (Centro).
Já a PM afirmou que um homem, que seria a vítima da suposta tentativa de roubo, foi levado para prestar depoimento na DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí), que investiga o crime. A corporação também informou que a 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar foi acionada e acompanha o caso.
O policial que atirou em Yago presta depoimento à DHNSG. A esposa, a irmã e o enteado do vendedor, que estava com ele no momento da morte, já foram ouvidos pelos agentes.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira