Vídeo mostra treinamento militar de traficantes do Complexo da Maré, na zona norte do Rio
Filmagem foi gravada por drones da Polícia Civil durante um trabalho de investigação que durou mais de dois anos
Rio de Janeiro|Bernardo Pinho*, do R7, com Mayara Decothé, da Record TV Rio
A Polícia Civil concluiu uma investigação sobre o tráfico de drogas no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. Um vídeo mostra o treinamento de guerra dos criminosos, que usam técnicas e armamentos militares para simular táticas de progressão no território.
A investigação do setor de inteligência da 21ª DP (Bonsucesso) durou cerca de dois anos. Segundo o delegado Hilton Alonso, o conhecimento das estratégias empregadas pelos grupos criminosos na Maré é fundamental para que as autoridades possam combatê-los de maneira eficaz.
"O que encontramos na Maré é uma situação de extrema gravidade que não pode ser ignorada. Treinamentos armados, armamento pesado e atividades criminosas intensas estão ocorrendo no coração dessa comunidade, ameaçando a segurança de todos os cidadãos cariocas", relatou o delegado.
De acordo com a Polícia Civil, a disputa territorial entre facções tem aumentado a concentração de armamentos de guerra na região. O Complexo da Maré é utilizado para crimes de roubo de carga e veículos, além de servir de refúgio para traficantes de outros estados que estão foragidos da Justiça.
Drones utilizados pela polícia flagraram uma extensa área de lazer na Vila do João, criada pelos traficantes, com campo de futebol, piscina olímpica e área de churrasco coberta. O espaço é utilizado pelas lideranças criminosas para reuniões, lazer das suas famílias e treinamentos operacionais de soldados do crime.
As gravações mostraram cerca de 17 criminosos participando de treinamentos conduzidos por instrutores com conhecimento em operações militares. De acordo com o setor de inteligência, bandidos de outras comunidades, ligados à mesma facção criminosa, também receberam o treinamento.
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Segundo a polícia, mais de mil criminosos foram identificados durante os dois anos de investigação. “Eles estão se especializando, então temos que dar uma resposta mais dura em relação a esse tipo de ação”, disse Hilton Alonso, em entrevista à Record TV Rio.
* Sob a supervisão de Maria Ferri