“Ainda não caiu a ficha”, diz colega de radialista morto em parque
Segundo amigos de trabalho, Ricardo Hilário era bem-humorado e gostava de viajar com a família. O próximo destino seria os Estados Unidos
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
Amigos de trabalho, que conviviam diariamente com Ricardo José Hilário Silva, de 43 anos, morto no parque aquático localizado em Aquiraz, na Grande Fortaleza, definiam o radialista como uma pessoa bem-humorada, que gostava de viajar e preocupado com a família. Para os colegas de profissão, a sensação é a de que ele ainda retornará das férias a qualquer momento.
A radialista Adriana Rosa trabalhou com Hill, como era conhecido, por dois anos e dois meses e lembra que ele saiu de férias no dia 9 de junho. "Ele estava ansioso para se divertir com a esposa e a filha", diz. "Como ainda tem uma pessoa substituindo ele, a sensação é a de que ele retornará da viagem a qualquer momento. Parece que nada aconteceu. A ficha ainda não caiu."
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No trabalho, Adriana afirma que era comum notar Hill bem-humorado logo nas primeiras horas do dia. “Eu chegava às 5h40 e ele já estava lá, redigindo o jornal tranquilo e alegre. Todas as manhãs, por volta das 7h fazíamos um café da manhã com toda a equipe. Nos reuníamos todos os dias”, afirmou. "É um momento difícil, para todo mundo parece que ele ainda está de férias."
O radialista também era conhecido pela preocupação que demonstrava com a família. "Ele era super apegado, pensava 24 horas na família", diz Adriana. "Ricardo tinha o hábito de ligar para saber se a esposa já havia chegado no trabalho, se ela tinha levado a filha à escola", afirma.
Segundo amigos, outras viagens estavam no planejamento do radialista. "Ele foi aos Estados Unidos umas duas vezes, mas queria ir novamente para levar a filha." Adriana afirma que os amigos de trabalho aguardam o resultado da perícia e das investigações. "A revolta não traz o Ricardo de volta, é preciso apurar para saber o que aconteceu", diz.
Para ela, o parque deve ser punido caso seja provada a responsabilidade pela morte de Ricardo. "Ele saiu daqui planejando descanso e diversão, um passeio em família", lembra. "Essa notícia pegou todos nós de supresa porque ele tinha a vida toda pela frente, tinha sonhos e planos de conhecer novos lugares."
Tragédia
Hilário estava de férias de trabalho desde o dia 9 de junho. Na tarde da segunda-feira (16), no parque aquático Beach Park, localizado na Grande Fortaleza, ele e mais três pessoas estavam em uma boia no brinquedo Vainkará. Quando faziam uma curva, ele teria sido arremessado da boia e batido a cabeça.
Em nota enviada ao R7, o parque nega que ele tenha sido arremessado. Com o choque, Ricardo teve traumatismo craniano e morreu no local. "A boia virou no final do percurso dentro da atração, já próximo da piscina", declarou em nota.
O parque destacou também que "a perícia está sendo realizada pelas autoridades com apoio do Beach Park e a identificação das causas do acidente só será confirmada após a finalização deste trabalho".
O Beach Park também informou que "a equipe de segurança aquática realizou o atendimento de forma imediata, mas infelizmente o visitante foi a óbito" e que "após o acidente, o parque encerrou as atividades da atração, que só voltará a abrir após a apuração pericial que será realizada pelos órgãos competentes na investigação das causas do acidente".