A investigação do assassinato e abuso sexual de uma idosa de 78 anos em Suzano, na Grande São Paulo, esbarra no conflito de versões entre dois suspeitos. Um deles é o próprio filho da vítima, o outro um eletricista que prestava serviço na residência.
O eletricista prestou depoimento à polícia e contradisse a versão do filho mais novo da vítima, Ortília, sobre a movimentação na casa da família no dia do crime. Os horários dos acontecimentos descritos pelos dois não coincidem. O filho da vítima afirma que saiu de casa às 17h. O eletricista afirma que viu o rapaz com a mãe por volta das 19h.
Filho é principal suspeito de matar idosa asfixiada em Suzano (SP)
Reprodução/Record TV - 06.07.2021O filho conversou nesta quarta-feira (7) com a equipe do Cidade Alerta, da Record TV, e nega qualquer envolvimento no crime. A reportagem encontrou o filho da vítima na porta de casa. “Pergunto: a pessoa que fez tem que pagar? Tem que pagar sim”, afirmou Rodrigo, o único que continuou na casa depois do crime. “A polícia me acha suspeito, mas eu não fiz nada.”
Rodrigo foi colocado como suspeito pela polícia depois de entrar em contradições sobre os horários em que esteve fora de casa no dia do crime. “É que eu me confundi. Eu tava com os meninos bebendo e tal”, disse.
Além do depoimento dele, a polícia também intimou o eletricista para ser ouvido Ele foi contratado dias antes do assassinato. “A gente fala porque eu vi ele na casa e tal, então todo mundo tem que ser investigado”, diz Rodrigo.
O eletricista disse à polícia que trabalhou algumas vezes para Ortília, que ela era uma pessoa boa, e que na sexta lhe deu dinheiro - R$ 50 do pagamento depois R$ 20 para comprar material. Ele conta que apresentou a nota e que viu Rodrigo entrar na casa com a mãe às 19h. Disse ainda que está à disposição da polícia. A vizinha confirma que ele fez o trabalho para a aposentada. “Ele me mostrou os fios que usou pra arrumar lá”.
Segundo ela, o vizinho tem sempre trabalho pra fazer, e quase nunca para em casa. Por isso ela não sabe da vida pessoal dele. Sobre o eletricista, uma vizinha afirmou que ele mora há um mês na região. “Eu não posso falar nada de ruim dele”, afirmou.
A polícia quis saber a rotina da idosa. Ela saiu cedo, sacou dinheiro, e foi pra casa. O eletricista diz que ela entrou em casa às 19h com o filho, mas Rodrigo diz que saiu 16h de casa, e que nao sabe porque o eletricista mentiu. “Não sei porque ele mentiu. Eu não estava aqui nesse horário."
Tudo o que a polícia encontrou na casa faz com que a investigação aponte que o assassino conhecia a aposentada. A vizinha diz que não ouviu nenhum barulho naquela noite, somente quando o corpo foi encontrado. “Ouvi o cachorro e gritos, umas 4 da manhã. E aí vi todo mundo saindo da casa”, relata. Ela contou ainda que não ouviu o cachorro latir antes das pessoas saírem e contou que sempre ouve os latidos.
O laudo com a causa da morte aponta asfixia. Possivelmente com um pano que foi encontrado na cena do crime. Além do abuso sexual, a aposentada tinha várias marcas pelo corpo que seriam mordidas, uma pista que pode ajudar a polícia a chegar até o assassino. “Eu jamais teria coragem de fazer isso com a minha mãe’, afirma o filho. “Eu nunca vi o Rrodrigo tratar mal a mãe dele. Ele já foi preso, mas não é por isso que fez”, diz a vizinha.