Aluno que matou professora em SP já havia ameaçado atacar outra escola
Adolescente de 13 anos apresentava comportamento suspeito nas redes sociais e postava vídeos com arma de fogo
São Paulo|Letícia Dauer, do R7
O aluno de 13 anos, que matou a professora Elisabeth Tenreiro e deixou quatro pessoas feridas na manhã desta segunda-feira (27), já havia ameaçado atacar outra escola no início do ano. O R7 teve acesso ao boletim de ocorrência registrado por uma funcionária, em 28 de fevereiro, como ameaça pela delegacia eletrônica.
Na época, o adolescente estudava no 8° ano da Escola Estadual José Roberto Pacheco, localizada em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo. Segundo o documento, o jovem estava apresentando "um comportamento suspeito nas redes sociais, postando vídeos comprometedores, como, por exemplo, portando arma de fogo, simulando ataques violentos".
O estudante também encaminhou mensagens e fotos de armas a outros alunos por WhatsApp. De acordo com o boletim de ocorrência, alguns pais se sentiram acuados e amedrontados com essas ameaças. "Os responsáveis foram convocados e orientados pela Direção da Unidade Escolar para que as providências cabíveis fossem tomadas", descreve o documento.
Ataque
Na manhã desta segunda-feira, a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, ministrava uma aula de ciências quando o adolescente deu início ao ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste da capital.
Segundo relato de testemunhas, ele entrou na sala e esfaqueou um colega. A docente, na tentativa de apartar a briga, também foi esfaqueada diversas vezes. Ela teve parada cardiorrespiratória e foi levada ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
Além de Elisabeth, quatro pessoas ficaram feridas. De acordo com o governo estadual, a professora Ana Célia da Rosa permanece internada e tem quadro estável de saúde, após ter passado por uma cirurgia. Duas professoras e um aluno, que tiveram ferimentos leves, já receberam alta e passam bem.
Durante o ataque, o adolescente usou uma máscara de caveira que é a mesma utilizada no massacre em Suzano, na Grande São Paulo, e no atentado em Aracruz (ES). A bandana preta é um símbolo de supremacistas americanos.