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Ambulantes lamentam mais um ano sem Carnaval de rua em SP

Autônomos chegam a faturar mais de R$ 10 mil na folia, que costuma ser o sustento de muitos para os primeiros meses do ano

São Paulo|Gabriel Croquer, do R7

Piora da pandemia e epidemia de influenza levaram prefeitura a cancelar Carnaval
Piora da pandemia e epidemia de influenza levaram prefeitura a cancelar Carnaval Piora da pandemia e epidemia de influenza levaram prefeitura a cancelar Carnaval

Sem Carnaval de rua pelo segundo ano consecutivo, os vendedores ambulantes da cidade São Paulo perderão outra vez em 2022 a chance de faturar em uma das maiores festas públicas do Brasil. A decisão, que já tinha sido anunciada por diversas capitais nas últimas semanas, foi confirmada pela gestão Nunes nesta quinta-feira (6).

Sem os blocos de rua, o grupo espera passar outro ano com o faturamento em baixa em comparação com o registrado antes da pandemia. Com diversos fins de semana de festa e público de cerca de 15 milhões de pessoas, o Carnaval de rua é considerado o principal evento do ano e chega a movimentar R$ 3 bilhões na capital.

"Tem várias pessoas que dependiam desse Carnaval para garantir o sustento do primeiro semestre do ano", diz o autônomo Fabio Dionízio, que costumava aproveitar a época para gerar uma renda extra.

"A pessoa começa com um investimento de R$ 1 mil. Contando o pré-Carnaval, o Carnaval e o pós-Carnaval dá um [faturamento] bruto de R$ 10 mil, R$ 12 mil. Com esse dinheiro ele faz caixa para fazer os outros eventos durante o ano." 

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Já o atendente Lucas Sá, que também usa o evento para completar a renda, afirma que chegava a fazer cerca de R$ 5.000 por fim de semana de comemorações antes da pandemia. "É um valor considerável, expressivo, que vem em um período muito bom, que é o começo do ano, que sempre nós temos muitas dívidas", relata.

O correto era eles abrirem as portas do Sambódromo para que pudéssemos trabalhar lá também de forma segura e legalizada

(Carolina Xavier, autônoma)

Como alternativa, alguns dos vendedores entrevistados pelo R7 planejam se inscrever para o desfile de escolas no Sambódromo, que foi mantido, ou passar em outras cidades do litoral paulista para manter pelo menos parte do lucro.

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Alguns dos autônomos criticam a decisão da prefeitura e dizem que o feriado vai ser recheado de outras festas com aglomerações e eventos fechados particulares — atualmente permitidos pelas autoridades.

"Para o pessoal que tem seus empregos normais não muda nada na vida deles ter Carnaval ou não. Agora para quem trabalha na rua muda. Por isso foi uma surpresa terem cancelado", diz Luana Nascimento da Silva, que está desempregada e tinha esperança de que a vacinação contra a Covid-19 garantiria o evento neste ano. 

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Com índices de imunização da população adulta superiores a 100% e a queda consistente de casos, a Prefeitura de São Paulo estava otimista sobre a festa em outubro do ano passado. Na época, a gestão previa realizar a folia sem restrições, com o público de cerca de 15 milhões de pessoas, e ainda cogitava flexibilizar o uso de máscara

A chegada da variante Ômicron da Covid-19 ao país e de uma epidemia de influenza mudou os planos. A partir do início de dezembro, o cenário epidemiológico da capital começou a piorar com o aumento brusco dos casos de síndrome gripal e de internações por SRAG (síndrome respiratória aguda grave). 

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