São Paulo Ao contrário do que Nunes afirma, MP diz que taxas para enterrar fios podem ser cobradas

Ao contrário do que Nunes afirma, MP diz que taxas para enterrar fios podem ser cobradas

Tributos, que seriam opcionais, ajudariam a custear obra; essa é uma solução defendida por especialistas para evitar apagões

  • São Paulo | Do R7

Obras estão sendo planejadas há dois anos

Obras estão sendo planejadas há dois anos

Edu Garcia/R7 - 6/9/2022

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) afirmou durante uma entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (7) que uma das fontes para custear a obra de enterramento de fios da rede elétrica em São Paulo seria uma taxa extra opcional cobrada da população. A medida ajudaria a evitar apagões, como os que têm ocorrido em São Paulo.

Segundo o promotor de Justiça Silvio Marques, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, essa taxa, por exemplo, poderia vir agregada ao IPTU.

Segundo ele, hoje existem três fontes de recursos para pagar pelas melhorias: a Cosip (Custeio do Serviço de Iluminação Pública), que já é cobrada; o Tesouro Municipal; e a contribuição de melhoria — que é um tributo pago pela população por conta da valorização imobiliária que ocorreria devido à obra pública.

"Esse tributo ou é cobrado, ou o serviço não é feito. É algo absolutamente técnico, mas o contribuinte não pode pagar sozinho, por isso que tem os outros jeitos", afirmou Marques.

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Porém, a prefeitura afirmou em nota divulgada também nesta terça que "não existe nem nunca existirá" uma taxa extra para que a população pague pelo enterramento de fios. O comunicado foi feito após o prefeito Ricardo Nunes (MDB) sugerir a cobrança de uma contribuição opcional de moradores que tenham condições financeiras de auxiliar no aceleramento do programa.

As obras estão sendo planejadas há dois anos e possuem um custo alto. Em uma estimativa feita nos bairros de Pinheiros, zona oeste da cidade, e Grajaú, extremo sul, seriam gastos entre R$ 190 e R$ 210 milhões nas regiões, de acordo com o promotor. O projeto técnico, que deve ser entregue até o fim deste ano, envolve o SP Parcerias, a Secretaria de Subprefeituras e a Secretaria de Inovação, entre muitas outras. 

O tema voltou a público após o apagão, que chegou a deixar 2,1 milhões de endereços às escuras na capital paulista e na região metropolitana. Cerca de 200 mil pessoas ainda estavam sem energia nesta terça, segundo a Enel.

Rede elétrica de São Paulo

O enterramento dos cabos é uma das soluções mais defendidas por especialistas para evitar apagões generalizados em dias de tempestade. O problema é que a rede subterrânea é mais cara e envolve desafios logísticos.

A cidade de São Paulo tem só 7% de sua rede elétrica em formato subterrâneo, segundo a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado). Em 2018, um projeto da prefeitura previa enterrar 65,2 km de fios e retirar cerca de 3 mil postes até 2018, mas depois a meta foi adiada para 2024.

Além do aterramento, o projeto São Paulo Sem Fios promete retirar 3.014 postes da cidade até dezembro deste ano. O programa está em andamento, e 57% já foram concluídos, segundo a gestão.

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