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Após descoberta de fraude, novo RG de Paulo Cupertino é cancelado

Documento foi emitido em Jataizinho, no Paraná, com uso de informações falsas, 1 mês depois do procurado matar o namorado da filha e os pais dele

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV


Após a descoberta de que o novo RG de Paulo Cupertino foi tirado em Jataizinho, no Paraná, com o uso de informações falsas, o documento de identidade emitido em nome de Manoel Machado da Silva foi cancelado. As informações são da Record TV.

A delegacia de Ibiporã, no Paraná, abriu inquérito para investigar como ele conseguiu tirar o RG com dados falsos um mês após cometer o assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais do jovem. O único funcionário do instituto de identificação prestou depoimento nesta terça-feira (27) e disse não saber quem era o emissor do RG.

A carteira foi emitida em 16 de julho de 2019. O endereço dado para tirar o documento não existe. Na vizinhança, ninguém conhece o foragido. Cupertino esteve pessoalmente no posto de identificação duas vezes num intervalo de 11 dias, o que indica que ele ficou escondido na região até o RG ficar pronto.

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Com o novo documento, ele conseguiria receber remessas de câmbio para se manter durante o período de fuga. Para conseguir o novo RG, ele usou uma certidão de nascimento de Rio Brilhante, no Mato Grosso do Sul, mas o cartório da cidade negou que tenha registro de Manoel Machado da Silva no local.

O funcionário que emitiu o RG afirma que nunca ouviu falar de Paulo Cupertino. Sem mostrar o rosto, ele negou qualquer envolvimento na falsificação do documento. “De fato, ele deve ter ido lá mesmo, eu colhi os dados dele, a certidão, o CPF, a foto, tirei as digitais dele, digitalizei e mandei para o instituto. Agora, eu estou sabendo aqui que a certidão é falsa", afirmou o funcionário à Record TV.

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Paulo Cupertino cortou o cabelo e deixou a barba crescer para novo RG
Paulo Cupertino cortou o cabelo e deixou a barba crescer para novo RG

O documento é a última pista oficial que a polícia tem da fuga dele. O crime aconteceu em São Paulo no dia 9 de junho do ano passado. Cupertino atirou treze vezes nas vítimas na frente da casa. Depois, nunca mais foi visto. Ele não aceitava o namoro da filha Isabela com Rafael.

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Segundo o advogado criminalista, Pedro Ioko, é essencial ter um cadastro unificado para emissão de documentos. "Sem a integração plena, é possível que tenha outros procurados, que tenham obtido documentos com informações falsas, e transitem à margem da justiça, sem responder aos processos pelos quais deveriam", explica.

O delegado responsável pelo caso, Vitor Dutra de Oliveira, afirma que é investigada a possibilidade do funcionário ter sido induzido a erro. "Se durante as investigações tiver alguma comprovação de facilitação de funcionário público, esses serão punidos, mas existe a possibilidade de ter sido induzido a erro, principalmente, pelas circunstâncias e características físicas diferentes que ele se apresentou para fazer a identidade, bem como aqueles documentos falsos que foram apresentados para induzir que não era ele."

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Cupertino usou o nome de Manoel Machado da Silva. Na foto, ele aparece com o cabelo curto, todo penteado pra trás, diferente do cabelo comprido de quando fugiu. Cupertino também deixou a barba crescer.

Na carteira de identidade, Manoel Machado da Silva é filho de Carlos Pereira da Silva e Maria Gomes Machado da Silva. Enquanto os nomes dos verdadeiros pais de Cupertino são Manoel Matias Sobrinho e Amélia Cupertino. O número do CPF informado também não é o dele.

Cupertino foi denunciado pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) em junho. Em setembro de 2019, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que Cupertino também foi incluído lista de procurados pela Interpol.

Segundo a investigação, Cupertino teria passado por mais de 300 endereços em 10 estados e dois países da América do Sul. O delegado Bruno Tessari pediu a prisão preventiva de Cupertino no dia 3 de junho, após interrogar dois amigos do suspeito, que contaram como ajudaram o homem a fugir de São Paulo logo depois do crime. A dupla também foi denunciada pelo MP.

Ator Rafael Miguel e os pais foram mortos a tiros ao visitar casa da namorada
Ator Rafael Miguel e os pais foram mortos a tiros ao visitar casa da namorada

O caso

O ator Rafael Henrique Miguel, de 22 anos, e os pais do rapaz, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50 anos, morreram baleados no dia 9 de junho de 2019 na Estrada do Alvarenga, na região de Pedreira, zona sul de São Paulo. O jovem era conhecido por ter interpretado o personagem Paçoca na novela Chiquititas.

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Rafael, acompanhado dos pais dele, foi até a casa de sua namorada, Isabela Tibcherani, conversar com o pai dela, Paulo Cupertino, sobre o namoro. A família foi recebida pela jovem e pela mãe dela. Quando Cupertino chegou ao local, armado, atirou nas três vítimas que estavam no portão da casa.

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Cupertino disparou 13 vezes contra a família do namorado da filha. Sete acertaram Rafael. O pai do rapaz foi atingido 4 vezes e a mãe foi baleada no peito e no ombro. Os três morreram no local.

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