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Após início de rolezinho, jovens são retirados do Shopping Metrô Itaquera

Cerca de 1.500 jovens foram expulsos do local com uma intimação e presença da polícia

São Paulo|Peu Araújo, do R7


Muitas selfies, memes e emojis movimentam um evento do Facebook marcado para a tarde deste sábado (26). Intitulado “MEGA ROLEZINHO O Shopping Itaquera (3 Anos)”, o encontro, com quase três mil confirmações e mais dois mil jovens interessados em comparecer, deixa claro suas intenções na descrição. “EXPLANA PRA GERAL AO LADO DA PASSARELA DO METRO ITAQUERA, CHAMA GERAALL!!/SEM BRIGAS PRA NÃO ARRASTA/ SEM DROGAS / DIGA NÃO AO LANÇA /PROIBIDO SAIR SEM BEIJAR.” (sic).

O que se viu, porém, foi bem menos divertido. O evento, que faz uma referência aos rolezinhos de 2013, foi cancelado. “Na entrada tinham dois oficiais de justiça, um policial civil e um representante do shopping”, comenta Darlan Mendes, um dos organizadores e Presidente da Associação Rolezinho A Voz do Brasil, de 27 anos.

Uma intimação em nome dos organizadores do evento, que não foi assinada, previa multa diária de R$ 10 mil reais para quaisquer contratempo seja dentro do shopping ou no estacionamento. O documento tenta evitar “ameaça à segurança dos frequentadores e funcionários do empreendimento, assim como de seu patrimônio, tais como aglomeração, tumultos, algazarras, correrias, rixas, utilização de equipamentos de som em alto volume, vandalismo, etc.”


O presidente da associação comenta. “O jovem pobre, que é o maior consumidor do Shopping Metrô Itaquera, foi colocado para fora como se fosse lixo, algo insignificante”. E completa. “Muitos seguranças, que eram policiais civis, agiram com truculência e falta de respeito e educação. Oprimiram a gente e disseram que ou a gente saía por bem ou ia tomar bala de borracha”. Ele ainda relata a abordagem policial. “Do lado de fora tinham 10 viaturas da Força Tática e do Choque e fomos abordados por cerca de uma hora perto da Arena Corinthians.”



O advogado e coordenador da comissão da criança e do adolescente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo) Ariel de Castro Alves repudia a ação do Shopping Metrô Itaquera. “Proibir eles de circular no shopping é uma forma de cercear a liberdade, é um abuso de autoridade, uma discriminação e um constrangimento. Eles não estavam fazendo tumulto ou cometendo nenhum tipo de crime.”

Em nota, o Shopping Metrô Itaquera afirmou que “em virtude da manifestação de jovens, marcada via redes sociais com mais de 50 mil pessoas convidadas, o Shopping Metrô Itaquera informa que realizou o controle do acesso do público para manter a segurança do ambiente e bem-estar de todos os clientes, lojistas e colaboradores. A decisão foi tomada após a circulação de clientes ser prejudicada devido às manifestações nos corredores do shopping e embasada em uma autorização judicial com a execução de mandado proibitório contra representantes do movimento “rolezinho”.”

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