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Artista plástico acusa shopping de luxo em São Paulo de racismo

Segundo relato divulgado nas redes sociais, segurança confundiu filho negro com pedinte

São Paulo|Do R7

O filho do artista plástico foi confundido com "pedinte" por ser negro
O filho do artista plástico foi confundido com "pedinte" por ser negro

O artista plástico Enio Squeff, 73, acusa uma segurança do shopping Pátio Higienópolis de conduta racista com seu filho. Conta Squeff que tomava um chá em uma cafeteria dentro do shopping com seu filho de 7 anos, que é negro e vestia o uniforme de um colégio particular, quando foi questionado por uma segurança se a criança o estava incomodando.

Conta ele que questionou a segurança sobre o porquê da pergunta: “Ela explicitou: tinha ordens de não deixar "pedintes crianças" molestar a quem quer que fosse no shopping”, narra o artista em seu relato.

— Apontei para meu filho e lhe perguntei se ela o considerava um pedinte por ser negro

Squeff desconfia que no momento em que iniciou a discussão, a criança, que é adotada, percebeu o que acontecia. “Acredito que ele entendeu, apesar da idade, porque assim que comecei a questionar a segurança, ele se afastou”, narra ele. O garçom que até conhece a família também se afastou, comentando que haveria problema.


A segurança então teria percebido o erro e pediu desculpas a Squeff pelo ocorrido, apontando ser ela também negra para reforçar o pedido. “Sua pele não a desmentia; [e ela afirmou] que recebia ordens”, descreve no relato.

Questionado sobre o ocorrido na manhã desta quarta-feira (7), o shopping se limitou a fornecer uma nota afirmando que "O Shopping Pátio Higienópolis reforça que todos os frequentadores são sempre bem-vindos, sem qualquer distinção”. Squeff afirma que aguarda um pedido formal de desculpas do estabelecimento, que até o momento não foi concedido.


Na noite de quarta, após a publicação desta reportagem, uma nova nota foi divulgada, afirmando que o Pátio Higienópolis "lamenta profundamente pelo fato isolado ocorrido, destaca que não compactua com este tipo de procedimento e esclarece ainda que reorientou a colaboradora envolvida”.

“Sempre vou brigar contra o racismo, mas não quero briga especificamente contra quem quer que seja. Se eles fizerem este pedido de desculpas, o assunto morre por aí”, comentou Squeff antes da divulgação da nova nota. Ele ainda afirma que não entrará com ação contra o shopping temendo que a segurança seja punida com demissão.


— Por enquanto nos limitaremos ao post; se denunciássemos a segurança, seria mais uma mulher negra a engrossar a fila de desempregados do país

Tanto o shopping quanto o colégio onde estuda o filho de Squeff estão localizados em Higienópolis, bairro de alto poder aquisitivo no centro da capital paulista. Em 2012, o centro de compras foi palco de uma manifestação contra o racismo, depois que moradores do bairro entraram com um abaixo-assinado junto ao governo do Estado contra a construção de uma estação de metrô, afirmando que esta atrairia “gente diferenciada” para a região.

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