Um áudio divulgado pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) mostra como funciona a atualização de cadastro de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Parecido com uma entrevista de emprego, um telefonema entre o ‘RH’ (Recursos Humanos) da facção e um integrante revela como o PCC faz para checar quem participa do grupo. Como uma ficha de cadastro, o encarregado pela ‘entrevista de RH’ pergunta diversas informações que ajudarão a conferir quem é esse membro, se ele é um infiltrado ou não, quem colocou-o na facção, de onde ele é e em quais penitenciárias ele já esteve preso. “Me passa só o seu primeiro nome. A matrícula? O vulgo [apelido] de batismo? Quebrada de origem? SP, atual [onde o integrante está atualmente]? Data de batismo? Padrinhos? Três últimas cadeias? A idade, irmão, por favor?”, pergunta o funcionário da facção. Todas essas informações eram conferidas pelos "encarregados do RH do PCC" e se baterem com o que o integrante disse, ele continuará ou entrará para o PCC, caso seja um novo integrante. Se as informações não corresponderem ao que foi dito, o RH tomará as devidas decisões, como um departamento de Recursos Humanos de uma empresa tomaria. Esse telefonema indica mais uma similaridade da facção com a estrutura de uma empresa. Hierarquia, distribuição de funções, setores responsáveis pelo financeiro, pela atuação do grupo, pela ajuda aos familiares e outras formações compõe a estrutura do PCC.*Estagiário do R7, com supervisão de Márcio Neves