Balão cai em cima de avião no Aeroporto de Guarulhos
Somente nesta ano, já foram registradas 930 ocorrências de balões próximos a aeroportos no Brasil. Prática é crime e ameaça a segurança de aviões
São Paulo|Márcio Neves, do R7
Um balão caiu em cima de um Airbus A350 da companhia aérea Latam na manhã deste domingo (8). Um vídeo mostra o momento em que o balão cai em cima da aeronave, que estava parada e com os motores desligados em um dos pátios do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
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Somente neste ano, foram registrados 930 ocorrências relacionadas a balões segundo dados do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Destas, ao menos 45 ocorreram no espaço do Aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do país.
Após o incidente, equipes de segurança da GRU Airport, empresa que administra o aeroporto, recolheram os destroços do balão.
"O artefato não provocou qualquer interferência ou atraso nas operações. Tão logo adentrou a região do sítio aeroportuário, foi identificado e acompanhado em seu deslocamento, sendo imediatamente recolhido por equipes da concessionária após a queda", afirmou a empresa por meio de nota.
Já a Latam, empresa responsável pela aeronave, informou que "o incidente não impactou a sua operação no aeroporto de Guarulhos no último domingo (8)".
A prática de soltar balões é considerada crime, pois pode causar incêndios e também prejudicar o tráfego aéreo, colocando em risco aviões e helicópteros.
Histórico de acidentes pelo país
No ano passado, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da Força Aérea Brasileira registrou 782 ocorrências de balões no espaço aéreo brasileiro.
Segundo especialistas, o impacto de um balão com uma aeronave pode danificar sua fuselagem, turbinas, hélices e atrapalhar o funcionamento dos equipamentos de orientação.
Em 2011, um Airbus-319 com cerca de 200 passageiros colidiu com um balão após decolar do aeroporto do Galeão, no Rio. O balão provocou o entupimento das sondas “pitots”, que medem a velocidade do ar.
Sem o registro, os computadores sofreram panes e perderam leitura de velocidade e altitude, semelhantes às sofridas pelo A330 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009. O piloto teve que fazer pouso visual no aeroporto da Pampulha (MG) com auxílio da torre de controle.