Perigosos, um balão é registrado pela FAB no país a cada 8 horas
Foram 553 avistamentos de balões que afetam diversos voos. Neste final de semana ao menos 3 incêndios podem ter sido causados por balões em SP
São Paulo|Márcio Neves, do R7
Em média, a cada 8 horas um balão foi flagrado por pilotos de aviões ou controladores de voo no país nos primeiros 6 meses deste ano. Foram 553 balões avistados e informados ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da FAB (Força Aérea Brasileira), o equivalente a 56% dos 971 casos registrados em 2018.
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Só no Estado de São Paulo, foram 303 ocorrências neste período, sendo que 48% dos casos foram registrados na área do aeroporto internacional de Guarulhos.
A prática de soltar balões é considerada crime, pelo risco de causar incêndios e também prejudicar o tráfego aéreo, colocando em risco aviões e helicópteros.
Pela lei ambiental, a prática pode resultar em pena de um a três anos de prisão e pagamento de multa. Já por oferecer risco ao espaço aéreo, a pena pode chegar a até 12 anos de prisão.
Em 11 de julho, por exemplo, um piloto da Gol chegou a informar em relatório enviado ao Cenipa a presença de 10 balões nas proximidades do aeroporto de Congonhas, forçando-o a fazer uma manobra de desvio. Os balões teriam afetado, ainda, outras três aeronaves na mesma rota.
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Além deste caso, neste último final de semana ao menos três incêndios foram registrados na cidade de São Paulo. A suspeita é de que foram provocados por balões que caíram e pegaram fogo.
Em um dos casos, um balão solto em uma das casas vizinhas chegou a destruir um galpão comercial. Um dos homens que soltaram o balão foi preso pela polícia neste domingo (30).
Na sexta-feira (28), a Polícia Militar Ambiental chegou a fechar uma fábrica de balões na região da represa do Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. Ninguém foi preso, mas o local foi periciado e dezenas de balões e materiais para fabricação foram apreendidos.
Histórico de acidentes pelo país
No ano passado, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da Força Aérea Brasileira registrou 782 ocorrências de balões no espaço aéreo brasileiro.
Segundo especialistas, o impacto de um balão com uma aeronave pode danificar sua fuselagem, turbinas, hélices e atrapalhar o funcionamento dos equipamentos de orientação.
Em 2011, um Airbus-319 com cerca de 200 passageiros colidiu com um balão após decolar do aeroporto do Galeão, no Rio. O balão provocou o entupimento das sondas “pitots”, que medem a velocidade do ar. Sem o registro, os computadores sofreram panes e perderam leitura de velocidade e altitude, semelhantes às sofridas pelo A330 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009. O piloto teve que fazer pouso visual no aeroporto da Pampulha (MG) com auxílio da torre de controle.