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Bar vira abrigo de moradores que tiveram casas atingidas por avião

“A diferença é que hoje está vindo gente que não gosta muito de bar, mas querem conversar”, diz dono do Bar do Jair

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

Osvair, chamado de Jair, dono do bar na Casa Verde
Osvair, chamado de Jair, dono do bar na Casa Verde

A casa que o avião bateu na tarde desta sexta-feira (30) fica na curva da rua Antonio Nascimento Moura. Bem de frente para a rua, está o Bar do Jair.

No momento do acidente, o bar estava com o movimento normal para o dia: “Tinha três pessoas aqui no balcão, bebendo”, diz Marcos Augusto, o Marquinhos, filho do dono do bar.

“Eu virei as costas para pegar cerveja na geladeira e aconteceu tudo. Foi questão de segundos”, diz. Não dava para fazer nada. Do bar, acompanhou o movimento aumentar.

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O pai de Marquinhos, Osvair Teixeira de Souza, chamado de Jair, 73 anos, já estava em casa — que fica no fundo do bar — dormindo na hora do acidente. “Eu não vi nada, só acordei com a minha mulher falando que tinha fumaça e fogo na rua”.

Morador do bairro desde 1969, ele saiu rapidamente para ver se alguém precisava de ajuda. Aos poucos, os feridos foram sendo socorridos e o clima de tensão no bar foi abaixando.


Moradores da região da Casa Verde se refugiam no Bar do Jair
Moradores da região da Casa Verde se refugiam no Bar do Jair

Duas horas depois, o bar estava tomado por histórias e sorrisos de sobreviventes, como o da aposentada Neusa Umile, que estava na casa que o avião se chocou.

O movimento do bar aumentou muito nesta tarde, segundo o dono. “Os vizinhos costumam vir aqui para conversar. A diferença é que hoje está vindo gente que não gosta muito de bar, mas querem conversar”, diz Osvanir.


Entre os salgadinhos, cervejas e cachaças no balcão do bar, histórias do acontecido tomam conta do assunto. Em momentos de alguma história dos carros queimados, em outras sobre os “milagres” que salvaram os moradores.

Até uma projeção é feita no bar. “Ainda bem que o pessoal que cuida desses aviões vão reformar a casa”, diz um cliente. “Mas vai ser uma enrolação de uns 15 anos, ainda mais que é um aviãozinho monomotor”, responde Marquinhos.

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