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Bebê de três dias morre em SP e pais denunciam negligência médica: 'Quebraram o crânio do meu filho'

Vídeo mostra como a cabeça de Léo ficou após diversas tentativas de indução. Mulher pediu por vezes cesárea, mas não foi ouvida

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7

Pai e mãe de Leo estão desolados com a situação e pedem por justiça
Pai e mãe de Leo estão desolados com a situação e pedem por justiça

Um bebê, de três dias, morreu após a mãe ter tido problemas durante o parto no Hospital e Maternidade Jesus José Maria, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Os pais da criança, Mateus Gabriel e Bruna Damasceno, afirmaram ao R7 que houve negligência médica: "Quebraram o crânio do meu filho no parto". Entenda o caso:

Bruna deu entrada na unidade por volta das 12h do dia 4 de janeiro, sem dores, mas estava com a pressão alta. Como a mulher já tinha 39 semanas de gestação, os profissionais da saúde optaram por interná-la e induzir o parto.

Até então, o bebê, que se chamaria Leo Gabriel, estava "perfeitamente bem", conforme relata a mãe. Às 14h, os funcionários do local optaram pelo uso do balão intracervical para dilatar mais rápido. "Foi uma dor insuportável, mas eu só pensava em ver o rosto do meu filho", conta a mulher.

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Às 19h, o pai subiu ao leito para acompanhar o nascimento do filho. Bruna já estava com oito dedos de dilatação, mas o bebê ainda não saía. Às 22h, a bolsa da mulher estourou, ela e o marido chamaram a médica e pediram pela cesárea, mas "nada foi feito".


Até então, Bruna já tinha desmaiado duas vezes pela dor intensa. Apenas às 2h da manhã do dia 5, os profissionais decidiram levar a mulher para a sala de parto, mas continuaram tentando o normal, nada da cesárea.

Ela chegou a tomar uma anestesia local e fizeram uma nova incisão para que Bruna tivesse mais passagem para o bebê sair. "Aplicaram mais de cinco vezes a tal da rack nas minhas costas", conta. "Nesse momento, eu achei que meu filho sairia e acabaria toda aquela tortura, mas eles continuaram insistindo para que eu fizesse força".


Me trataram como se eu fosse um pedaço de carne na mesa

(Bruna Damasceno)

Às 4h, começaram a fazer o corte para a cesárea, mas segundo a Bruna, a anestesia não estava fazendo efeito, então sentia tudo. "Eu avisei, mas eles nem ligaram, me trataram como se eu fosse um pedaço de carne na mesa".

Depois disso, a mulher precisou ser intubada e, quando colocaram o aparelho, acabaram arrancando o dente de Bruna. Só as 4h20, Leo veio ao mundo e foi levado direto para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).


Aos pais, os médicos e enfermeiros relataram que o bebê estava com falta de ar. Mas, segundo eles, o filho sofreu traumatismo craniano em algum momento da indução do parto, porque a cabeça dele ficou mais "mole que o normal", devido a moleira que é comum em recém-nascidos.

O pai, que estava presente, conta que os agentes da saúde colocaram tanta força em um dos momentos da indução, que chegou a "ouvir barulho de ferro batendo um no outro", relata sobre os equipamentos usados pelos profissionais.

Ainda segundo os pais de Leo, o filho chegou a ficar três dias internado, mas não resistiu. Eles chegaram a ir no hospital com um advogado pedir esclarecimentos sobre os procedimentos, mas a unidade afirmou que entraria em contato depois. "Até agora nada", conta Matheus. O casal vai denunciar o caso.

A causa da morte do bebê foi registrada como choque cardiogênico e anoxia neonatal grave, que é quando falta oxigênio no cérebro.

A reportagem tentou entrar em contato com o Hospital e Maternidade Jesus José Maria, mas, até o momento, não obteve retorno. Em nota, a Secretaria de Saúde de Guarulhos informou que não é responsável pela administração do hospital onde o caso ocorreu, apesar de a unidade também atender o SUS (Sistema Único de Saúde), tem gestão própria.

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