Butantan investiga casos de frascos com menos doses da CoronaVac
Instituto estuda adotar QR Code na bula para evitar situação relatada por municípios sobre envio de lotes com menos doses
São Paulo|Do R7
O Instituto Butantan divulgou um comunicado, nesta terça-feira (13), no qual afirmou que investigou todas as notificações recebidas até o momento sobre suposto rendimento menor das ampolas. Uma alternativa estudada pela instituição é a adoção de um QR Code na bula do medicamento.
Em Ilhabela, no litoral norte do estado de São Paulo, a prefeitura registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil para investigar a suspeita após detectar havia frascos com quantidades menores de doses nas ampolas na remessa enviada ao município.
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"O Instituto Butantan vem atuando juntamente aos gestores envolvidos na campanha de vacinação no intuito de orientar cada vez mais os profissionais responsáveis pelas aplicações das doses. Aproveitamos para esclarecer que o Butantan deverá revisar a bula da vacina Coronavac, no intuito de promover de forma ainda mais clara as informações relacionadas à forma correta de se realizar a aspiração das doses, adicionando inclusive um QR Code que irá direcionar para um vídeo demonstrativo do procedimento".
Segundo a nota emitida, em todos os casos apurados até agoura, houve a constatação de prática incorreta na extração das doses nos serviços de vacinação. "Portanto, não se trata de falha nos processos de produção ou liberação dos lotes pelo Butantan".
O instituto informou que cada frasco da vacina contra o novo coronavírus contém nominalmente 10 doses de 0,5 ml cada, totalizando 5 ml, e adicionalmente ainda é envasado conteúdo extra, chegando a 5,7 ml por ampola.
Esse volume, devidamente aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é suficiente para a extração das dez doses. "É importante que os profissionais de saúde estejam capacitados para aspiração correta de cada frasco-ampola, além de usar seringas e agulhas adequadas, para não haver desperdício", salientou a instituição.
O Butantan realizou por meio de seus canais de comunicação informes técnicos no sentido de orientar os profissionais da saúde a usar as doses extras.
"Reforçamos que todas as investigações pertinentes foram feitas e todos os controles realizados nos lotes liberados foram avaliados. A conclusão encontrada, e já dividida com a Vigilância Sanitária, é que não se trata de falha nos processos de produção ou liberação dos lotes por parte do Instituto Butantan. Na verdade, trata-se de uma prática incorreta no momento do uso das doses".
Por fim, o Butantan afirmou ser essencial que tais profissionais sigam as orientações e práticas adequadas, no intuito de evitar perdas durante a aspiração da vacina. "Seringas de volumes superiores (ex: 3ml, 5ml), podem gerar dificuldades técnicas para visualizar o volume aspirado, uma vez que podem não possuir as graduações necessárias. Outro fator decisivo é a posição correta do frasco e da seringa no momento da aspiração".
O Ministério da Saúde orienta que estados e municípios registrem no formulário técnico quando não for possível aspirar o total de doses declaradas nos rótulos das vacinas. A análise dessas ocorrências será conduzida Anvisa.