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Cachorra morta foi agredida com barra de alumínio pontiaguda

Caso aconteceu no último dia 28 no supermercado Carrefour de Osasco. Animal foi vítima de maus-tratos por um segurança terceirizado da unidade

São Paulo|Diego Junqueira, do R7

Barra de alumínio utilizada para agredir a cachorra que frequentava o Carrefour de Osasco
Barra de alumínio utilizada para agredir a cachorra que frequentava o Carrefour de Osasco

Uma barra de alumínio pontiaguda foi o instrumento usado por um segurança terceirizado do supermercado Carrefour, de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, para agredir no último dia 28 uma cachorra vira-lata que frequentava o local. O animal não resistiu aos maus-tratos e morreu no mesmo dia.

Imagens do circuito interno de segurança do supermercado mostram um segurança afastando o animal da entrada da unidade. Em seguida, é possível vê-lo com a barra de alumínio em mãos perseguindo a cachorra.

"As imagens mostram o segurança com a barra de alumínio na mão. A cachorrinha passa atrás do carro. Ele vai atrás e acaba desferindo os golpes contra ela", contou ao R7 o vereador Ralfi Silva (Podemos), presidente da Frente Parlamentar de Defesa e Proteção Animal da Câmara de Vereadores de Osasco.

A cachorra volta a aparecer instantes depois, já sangrando e buscando refúgio dentro da galeria de lojas do centro comercial. Após esse momento, testemunhas chamam o centro de zoonoses do município para resgatar o animal.


Em suas redes sociais, o vereador publicou uma imagem do instrumento utilizado para agredir o animal. Ele esteve ontem na DIICMA (Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente), que instaurou inquérito no domingo (2) para apurar o caso.

O agressor já foi identificado, mas ainda não compareceu à delegacia. O R7 buscou contato nesta quarta com a delegada Silvia Fagundes Theodoro, responsável pela investigação, mas ela não atendeu ao pedido de entrevista. Nesta terça, em comentário divulgado nas redes sociais da ativista Luísa Mell, a delegada afirmou que "não tem mais dúvidas" sobre a autoria do crime.


"A agressão ficou comprovada com essas imagens, não tem mais dúvidas. Esse segurança realmente agrediu o cachorro", disse ela, que prometeu apurar "toda a responsabilidade dos demais envolvidos".

O vereador Ralfi Silva, que acompanha o caso, afirmou que o agressor prometeu se apresentar até esta quinta-feira. Ele será enquadrado no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, que pune quem pratica abusos a animais. Esse crime prevê pena de prisão de três meses a um ano, além de multa. O agressor não irá para a prisão e deverá ser punido com o pagamento de cestas básicas e prestação de serviços a comunidade.


Vômito com sangue

Segundo a prefeitura de Osasco, o atendimento do centro de zoonoses da prefeitura ocorreu às 10h da manhã do último dia 28, cerca de 36 minutos após receber a chamada para "cachorro ferido e sangrando".

O animal deu entrada no serviço de emergência com anemia, pressão baixa, temperatura corporal muito baixa, vômito com sangue e escoriações múltiplas. "Apesar do tratamento instituído, o animal veio a óbito", informou o município nesta terça-feira (4).

Inicialmente, o centro de zoonoses imaginava se tratar de um caso de atropelamento, o que levou à cremação do animal. Somente no sábado (1º), segundo nota da prefeitura, o Departamento de Fauna em Bem Estar Animal "passou a receber informações que se tratava de um caso de maus tratos e foi iniciado a apuração do caso com solicitação de inquérito policial", que foi instaurado no dia seguinte, domingo (2). "Somente o inquérito poderá indicar as causas da morte e a quem cabe a responsabilidade", diz a prefeitura.

Veja imagens do resgate:

Em nota divulgada nesta terça, o Carrefour informou que esta triste com a morte do animal e que "não vai se eximir de sua responsabilidade". Leia o posicionamento:

"O Carrefour reconhece que um grave problema ocorreu em nossa loja de Osasco. A empresa não vai se eximir de sua responsabilidade. Estamos tristes com a morte desse animal. Somos os maiores interessados para que todos os fatos sejam esclarecidos. Por isso, aguardamos que as autoridades concluam rapidamente as investigações. Desde o início da apuração, o funcionário de empresa terceirizada foi afastado. Qualquer que seja a conclusão do inquérito, estamos inteiramente comprometidos em dar uma resposta a todos. Queremos informar também que estamos recebendo sugestões de várias entidades e ONGs ligadas à causa que vão nos auxiliar na construção de uma nova política para a proteção e defesa dos animais. Carrefour Brasil".

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