São Paulo Caminhoneiros são pouco afetados, diz presidente de federação em SP

Caminhoneiros são pouco afetados, diz presidente de federação em SP

Protestos contra medidas restritivas bloquearam Cebolão, na zona oeste, e a avenida Senador Teotônio Vilela, na zona sul da cidade 

  • São Paulo | Fabíola Perez, do R7

Vans e pick-ups são mais afetados pelas medidas restritivas, avalia presidente de federação

Vans e pick-ups são mais afetados pelas medidas restritivas, avalia presidente de federação

Reprodução/ Marcelo Gonçalves/Folhapress/05.03.2021

O presidente da Federação dos Caminhoneiros e Transporte Autônomos de Veículos Rodoviários de Estado de São Paulo, Claunidei Natal Pelegrini, afirmou nesta sexta-feira (5), que as medidas restritivas adotadas pelo governo paulista para conter o número de casos, internações e mortes por covid-19 afetam minimamente os caminhoneiros autônomos.

A presidente da Federação, que reúne 18 sindicatos, afirma que os protestos que bloquearam o  Complexo Viário Heróis de 32, conhecido como Cebolão, na zona oeste, e a avenida Senador Teotônio Vilela, na zona sul da cidade são organizados por veículos menores, como vans, pick-ups de pequeno porte. "Entendemos que é algo complicado, mas os caminhoneiros vão continuar trabalhando. Eles não podem desabastecer o país."

Segundo Pelegrini, o protesto é encabeçado por vans, pickup de entrega. "Eles são mais prejudicados do que nós, nós ainda vamos para os centros de distribuição. São Paulo é local de passagem pra nós, para o Ceasa e os centros de logísticas de empresas."

Em decorrência das manifestações, a prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio de veículos nesta sexta-feira (5). As placas que estariam impedidas de trafegar eram as de finais 9 e 0. A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes informou que o rodízio está suspenso inclusive para veículos pesados, como caminhões. De acordo com a pasta, também estarão liberadas as demais restrições existentes na cidade: Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição aos Fretados (ZMRF).

Paralisação

Desde o início da manhã, caminhoneiros interditam pelo menos dois pontos da capital na manhã desta sexta-feira (5) em manifestação contra as medidas de restrição impostas pelo governador João Doria para tentar conter o avanço da covid-19 em São Paulo. 

O primeiro ponto é no Complexo Viário Heróis de 32, conhecido como Cebolão, que liga as marginais Tietê e Pinheiros, no sentido Rodovia Castello Branco, na zona oeste de São Paulo. O segundo é na avenida Senador Teotônio Vilela, na região de Parelheiros, zona sul de São Paulo. A Polícia Militar acompanha o local desde às 6h10.

De acordo com os manifestantes, o grupo reivindica o recuo nas novas medidas de restrição impostas pelo governo estadual que coloca todo estado de São Paulo na fase vermelha do Plano São Paulo a partir deste final de semana.

O grupo fecha as faixas no sentido Rodovia Castello Branco e permite a passagem apenas de ambulâncias e carros de profissionais de saúde. A Rodovia Castello Branco tem tráfego interrompido no sentido capital, pela pista expressa, na altura do km 13 até o 16. 

Medidas restritivas

O governador João Doria (PSDB) classificou, na quarta-feira (3), todo o estado de São Paulo na fase vermelha por 14 dias com o objetivo de conter a alta de casos e mortes por covid-19 nos hospitais paulistas. O anúncio foi feito ao lado de membros do governo e do Centro de Contingenciamento da Covid-19, no Palácio dos Bandeirantes.

"Em São Paulo e no Brasil, estamos à beira de um colapso na saúde. Isso exige medidas urgentes", afirmou João Doria (PSDB) para justificar o endurecimento das restrições, que começam a valer a partir da 0h do sábado (6) e vão até o dia 19 de março.

"Vamos enfrentar as duas piores semanas da pandemia desde o primeiro caso na pandemia no Brasil", disse Doria. "É a pior crise de saúde dos últimos cem anos. Há 41 dias, o Brasil tem mais de mil mortes por dia. Como se cinco aviões caíssem por dia matando todos os seus ocupantes. Isso é uma tragédia que pode ser ainda pior. Não podemos banalizar a morte. Um paciente de covid-19 é internado a cada dois minutos", completou.

O coordenador do Centro de Contingenciamento da Covid-19 de São Paulo, Paulo Menezes, disse que, "hoje, é o dia mais difícil que já enfrentei desde o início da pandemia pelo diagnóstico da situação e pelas medidas a serem tomadas".

"Infelizmente não temos essa coordenação para o país como um todo, mas em São Paulo enfrentamos e colaboramos com o governador", acrescentou Menezes, antes de dizer que se tratam de medidas duras, mas essenciais para reduzir a transmissão do vírus.

O coordenador executivo do órgão, João Gabbardo, afirmou que não existe outra forma de reduzir o contágio se não com as medidas restritivas. "Hoje, o país tem o dobro de leitos de UTI comparando com o início da pandemia. Mesmo tendo dobrado, os estados apresentam cerca de 80 pessoas na fila para internar", disse. Nesta quarta-feira, o estado registra a taxa de ocupação de leitos de UTI de 75,3%. Nas duas últimas semanas, foram 93 pacientes internados.

Nesta fase, funcionam somente os serviços considerados essenciais, como farmácias, supermercados e padarias, açougues, postos de combustíveis, lavanderias, meios de transportes, oficinas de veículos, atividades religiosas, hoteis, pousadas, bancos, pet shops e serviços de entrega.

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