Luiz Carlos de Paula é policial há 26 anos, mas tem uma vida dupla. Vestido de Capitão América com um triciclo todo caracterizado com as cores azul, vermelho e branco que remetem ao herói, ele leva crianças com câncer para fazerem seus tratamentos de quimioterapia nos hospitais. Em 2012, ele foi vítima de assalto e levou três tiros. “Eu não morri por muito pouco. Naquele dia eu disse: Deus, devolve minha vida como ela era antes que eu vou fazer valer a pena”. E ele fez. Ao se recuperar dos ferimentos, Luiz Carlos se transformou no super-herói solidário. Câncer em jovens e crianças é mais agressivo, mas taxa de cura é maior Com o triciclo, porém, ele só conseguia levar uma criança de cada vez. E ele precisava de mais espaço, já que muitas crianças vão acompanhadas dos familiares ou dos melhores amigos. Para contornar esse problema, ele comprou uma carreta e transformou em uma extensão de seu triciclo, o trenzinho do Capitão América. “Com ele eu coloco uma música e levo as crianças para o hospital. Faço brincadeiras com elas, eu me divirto com isso.” Mas os inimigos do Capitão América levaram seu trenzinho. “Um dia eu estava vindo com o triciclo e o trenzinho atrás, mas a embreagem deu problema. Aí eu estacionei e sai só com o triciclo. Eu deixei aqui a carretinha e no outro dia não estava mais”, disse o herói.Mês de setembro alerta para o diagnóstico precoce do câncer em crianças Luiz Carlos deixou seu herói de lado e colocou o lado de policial para trabalhar. Após conversar com os vizinhos do local onde deixou o trenzinho estacionado, ele descobriu que a carreta foi levada no dia seguinte, por volta das 19h. “Os vizinhos disseram que foi um Chevrolet Monza que parou aqui, engatou a carretinha e levou.” Ele acredita que o roubo foi planejado, pois o carro que levou precisaria de um engate para poder puxar o veículo, não seria possível levá-lo na mão, por exemplo. “Eu tenho 26 anos de polícia, mas não consegui ver a maldade do ser humano em levar um negócio que não tem utilidade para ele. Eu levo crianças que estão fazendo quimioterapia pro hospital”, disse o policial.Exemplo de superação: crianças que sofrem com câncer estudam em hospital em RO Agora Paula só quer sua carreta de volta, nada mais. “Eu só quero o trenzinho de volta. Deixa em algum lugar e vai embora que eu pego minha carretinha.”Veja reportagem no Balanço Geral:*Estagiário do R7, com supervisão de Ingrid Alfaya