Caso Edson: veja tudo que se sabe sobre o desaparecimento
Motorista foi visto pela última vez na casa de um amigo há uma semana em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo; mulher relata medo
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
Nesta quinta-feira (6), faz uma semana que Edson desapareceu em Pindamonhongaba, no interior de São Paulo. O motorista foi visto pela última vez na casa de Marcos, um amigo, enquanto os dois faziam uma negociação.
De acordo com esse amigo, a dupla estava na porta da casa quando um terceiro homem, em uma moto, se aproximou. Edson falou que iria "resolver um B.O" e já voltaria. Ele não foi mais visto desde então.
Após ser apontada pela família de Edson como uma das suspeitas de envolvimento no sumiço, Silvana Santos, companheira da vítima, se defendeu e contou ser muito provável que Edson estava armado quando desapareceu.
Relacionamento rápido e mudanças
Edson se mudou para a casa de Silvana em março. Os dois se conheceram enquanto ele trabalhava como motorista de aplicativo e rapidamente foram morar juntos.
No início não havia segredo entre o casal, só que com o tempo, segundo a Silvana, o comportamento de Edson começou a mudar. Ele chegou, inclusive, a trocar a fechadura da porta do banheiro de casa pois, acordo com ela, o motorista corria para lá quando o telefone tocava.
Silvana diz que tudo piorou quando sua filha de 9 anos encontrou uma arma dentro da casa. A menina contou que pegou a arma, que estava com munição, na mão. A companheira disse que chegou a agredir Edson depois da descoberta e que ele se mostrou arrependido.
O melhor amigo da vítima, que concordou em falar sem ser identificado, contou que Edson era perseguido pelo ex-marido de Silvana. De acordo com o homem, o motorista andava com medo porque o ex-esposo falava que não queria briga, mas que se algo acontecesse com os filhos dele ou na frente das crianças a coisa seria diferente.
Ainda de acordo com o amigo, o fato da filha de Silvana ter encontrado a arma dentro da casa pode ter contribuído para que o pai dela tomasse alguma atitude. O homem também afirmou que ele e Edson nunca conversaram sobre nenhuma arma.
Já Silvana afirmou que Edson estaria vendendo uma arma por R$ 2.900 antes de desaparecer. De acordo com ela, um dia antes do desaparecimento ela teria conseguido ouvir parte da chamada telefônica do companheiro e percebeu se tratar de uma proposta para vender alguma coisa por esse valor.
Outra versão
A história contada por Marcos, amigo de Edson, única testemunha e última pessoa a ver a vítima antes do desaparecimento, é outra. O homem contou que devia R$ 7 mil ao amigo e que pagou R$ 2.500 em espécie e entregou uma arma para a vítima, para quitar a dívida.
Então no momento em que sumiu, Edson levava uma arma, o dinheiro recebido e mais R$ 1.500 que ele usaria para comprar produtos para a pizzaria da Silvana.
No dia do sumiço Edson havia marcado para comprar uma moto. Silvana acredita que o dono da moto, que enviou um vídeo mostrando o produto para Edson, precisa se apresentar à polícia.
Imagens de uma câmera de segurança que mostram um homem em uma moto são a única pista do caso. No vídeo, o piloto entra na rua que fica logo acima da casa de Marcos, onde Edson estava naquela manhã, logo depois faz a volta e segue na direção da rua de Marcos. A roupa que o homem usava é a mesma descrita pelo amigo.
Em entrevista, Silvana afirmou que, em uma chamada de vídeo, Marcos contou estar com medo. Disse que havia sido informado de que colocaram uma câmera na frente da casa dele para monitorá-lo e que o movimento de carros na rua de sua casa havia aumentado.
Silvana afirma ainda que ouviu de Marcos, no dia do sumiço, que a motocicleta usada na abordagem era azul, a mesma cor da moto no flagrante da câmera de segurança.
Medo de represálias
Silvana diz temer por sua integridade física. A possível participação do ex-marido no caso tem causado desconfianças na família de Edson. Em conversas no Whatsapp, ela diz que garantiu para a sogra que entegaria o nome do ex-companheiro para a polícia. Embora ela diga ter certeza da inocência do pai das filhas dela.
O carro de Silvana, dirigido por Edson antes do desaparecimento, passou por perícia cinco dias após o ocorrido.Silvana contou que percebeu que a tampa do porta-luvas estava quebrada como se alguém tivesse se debatido na tentativa de escapar.
O caso continua sendo investigado pela polícia de Taubaté, que procura novas pistas que indiquem o paradeiro de Edson.