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Caso Guilherme: polícia pede prisão preventiva de PMs suspeitos

Sargento Adriano já estava preso temporariamente desde junho. Giberto Eric Rodrigues, que é ex-policial militar, ainda está foragido da polícia

São Paulo|Gabriel Croquer*, do R7

Imagens de segurança flagrou movimentação dos PMs pouco antes da execução
Imagens de segurança flagrou movimentação dos PMs pouco antes da execução

Dois meses depois da execução do adolescente Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, na madrugada do dia 14 de junho, a Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão preventiva dos dois policiais militares suspeitos pelo crime. A informação foi confirmada pelo delegado Marcelo Jacobucci, do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa). 

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"Já pedimos a prisão preventiva dos dois. O Ministério Público já foi favorável e nós estamos aguardando até o final da tarde de hoje [desta sexta-feira] a decisão do juiz", disse o delegado ao R7.

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Desde a execução do jovem, as investigações apontaram dois PMs como responsáveis: o sargento Adriano Fernandes Campos, e o ex-policial militar, Gilberto Eric Rodrigues, foragido desde 2015 por participar de uma chacina. 


Em depoimento à polícia, o sargento Adriano se manteve em silêncio e acabou sendo indiciado por homicídio com três qualificadoras: motivo fútil, motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. 

De acordo com a polícia, como responsável pela segurança de um galpão na região onde o adolescente morava, o sargento teria, junto com Gilberto, atacado Guilherme por engano para retaliar os seguidos assaltos que o estabelecimento sofria.


Logo após a prisão de Adriano, no dia 17 de junho, o advogado do militar, Renato Soares Nascimento, afirmou que o sargento "não tem participação alguma nesse crime" e que "assim que o DHPP juntar ao inquérito todos os elementos da investigação, o sargento vai se manifestar".

Investigação

O ex-PM Gilberto foi identificado após suas impressões digitais serem encontradas no banco de trás do veículo que teria sido usado no crime. Para os responsáveis pela investigação, o criminoso segurava Guilherme no banco traseiro, enquanto o sargento Adriano dirigia o veículo.


O sargento Adriano foi identificado nas imagens de segurança que mostraram Guilherme poucos momentos antes de sua morte. O sargento identificado aparece com as mãos para trás, escondendo o que parece ser uma arma, enquanto olha ao seu redor. 

Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, morreu com dois tiros: um na nuca e outro no rosto. A polícia acredita que ele foi executado com o tiro na nuca e, quando ele caiu, foi baleado no rosto com o que chamam de "tiro de misericórdia".

Guilherme não tinha passagem pela polícia e foi sequestrado e morto após voltar de um churrasco na casa da avó.

Dinâmica do crime

01h30 - Ocorre uma tentativa de furto no canteiro de obras. O vigia Fábio chama a segurança e o PM Adriano, cuja a empresa fazia a segurança do local.

01h50 - O sargento Adriano chega em um carro preto na companhia de um outro homem. Em poucos minutos ficam sabendo da tentativa de furto e saem à procura dos suspeitos.

02h00 - Adriano retorna de carro ao canteiro de obras e entrega o celular dele ao vigia Fábio, dizendo que depois voltaria para pegar. O jovem Guilherme já estava no carro do policial. A polícia acredita que a intenção de Adriano era que o celular não fosse rastreado, pois já tinha premeditado o assassinato de Guilherme.

02h12 - Uma testemunha ouve os dois tiros que mataram Guilherme. A polícia confirma que Guilherme foi morto no local em que foi encontrado, em uma viela, a poucos metros da casa da avó dele.

04h40 - Família e amigos vão até o canteiro de obras à procura de Guilherme. O vigia Fabio afirma que apenas o sargento Adriano poderia dar informações.

10h00 - O gerente da empresa de segurança do sargento Adriano vai até o canteiro de obras e resgatou com o vigia Fábio o celular do policial.

11h00 - Corpo do adolescente Guilherme, de 15, anos é encontrado.

Relembre abordagens consideras violentas ou suspeitas da PM de SP

*Estagiário do R7, sob supervisão de Ingrid Alfaya

*Com informações de Elizabeth Matravolgyi, da Agência Record

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