Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Caso Guilherme: sargento da PM é indiciado por morte de adolescente

Sargento Adriano Fernandes Campos se manteve em silêncio durante novo depoimento à polícia de São Paulo nesta quinta-feira (9) 

São Paulo|Gabriel Croquer*, do R7, e Elizabeth Matravolgyi, da Agência Record

Sargento Adriano foi indicado pela morte do adolescente Guilherme
Sargento Adriano foi indicado pela morte do adolescente Guilherme Sargento Adriano foi indicado pela morte do adolescente Guilherme

O sargento da Polícia Militar de São Paulo, Adriano Fernandes Campos, foi indiciado pela morte de Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, que foi encontrado morto no dia 15 de junho. O policial se manteve em silêncio durante o depoimento prestado nesta quinta-feira (9) à investigação no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Ele foi indiciado por homicídio qualificado com três qualificadoras: motivo fútil, motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.

Leia mais: Caso Guilherme: Polícia identifica sargento da PM como suspeito

O outro suspeito pelo crime também atuou como policial, antes de ser preso. Gilberto Eric Rodrigues é fugitivo desde 2015 do presídio Romão Gomes após participar de uma chacina em uma comunidade da capital paulista. Ele ainda não foi encontrado.

A polícia acredita que os dois atuavam como uma milícia em Americanópolis, na zona sul de São Paulo."Quer dizer, ele quis dar uma recado para a região que quem entrasse no seu domínio ia ser morto, executado, independente de quem seja", disse à Record TV o diretor do DHPP, diretor do Departamento de Homicídios, Fábio Pinheiro. 

Publicidade

Como responsável pela segurança de um galpão na região, o sargento teria atacado Guilherme por engano, para retaliar os seguidos assaltos que o estabelecimento sofria, supostamente por jovens da região onde o adolescente morava.

Logo após a prisão de Adriano, no dia 17 de junho, o advogado do militar, Renato Soares Nascimento, afirmou que o sargento "não tem participação alguma nesse crime" e que "assim que o DHPP juntar ao inquérito todos os elementos da investigação, o sargento vai se manifestar".

Publicidade

Análise do carro usado no crime

Guilherme tinha 15 anos
Guilherme tinha 15 anos Guilherme tinha 15 anos

O ex-PM Gilberto foi identificado após suas impressões digitais serem encontradas no banco de trás do veículo que teria sido usado no crime. Para os responsáveis pela investigação, o criminoso segurava Guilherme no banco traseiro, enquanto o sargento Adriano dirigia o veículo.

Publicidade

Para o DHPP, apenas os dois suspeitos tiveram participação no crime. No entanto, ainda restam os resultados de dois laudos periciais e a prisão de Gilberto para a conclusão do inquérito.

Na última segunda-feira (29) a Polícia Civil encontrou uma mancha em carro do sargento Adriano.

De acordo com o DHPP, durante a perícia, a polícia utiliza um produto que reage para qualquer substância que tenha ferro. O produto reagiu para a mancha encontrada dentro do veículo. Dessa maneira, o material coletado foi encaminhado para o laboratório que irá verificar se trata-se de uma mancha de sangue ou alguma outra substância.

Ainda nesta segunda-feira (29), a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que sete armas, que podem ter sido utilizadas no crime, foram apreendidas preventivamente e encaminhadas ao Instituto de Criminalística.

Na semana passada, a investigação divulgou a conclusão do laudo necroscópico, que constatou que Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, morreu com dois tiros. Um na nuca e outro no rosto.

A polícia acredita que ele foi executado com o tiro na nuca e, quando ele caiu, foi baleado no rosto com o que chamam de "tiro de misericórdia".

Vigia entregou nome de suspeito

O vigia do canteiro de obra e o supervisor da empresa do sargento Adriano foram ouvidos e liberados na semana retrasada. O vigia, que era suspeito de participar da morte, disse que fugiu pois temia ser assassinado e revelou à polícia nome do segundo suspeito de participar do crime.

O vigilante Fábio decidiu comparecer na tarde do dia 19 na sede do DHPP - Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa - depois que viu na TV que era considerado foragido.

Ele esclareceu à polícia que os patrões recomendaram que ele desaparecesse, pois poderia ser morto, já que tinha muitas informações sobre o que fez o sargento Adriano Fernandes de Campos, na noite do crime.

Sargento está preso desde o dia 17

O policial Adriano Fernandes de Campos, suspeito de envolvimento no caso, já está no presídio Romão Gomes, no Tremembé, zona norte de São Paulo, desde o dia 17. Na tarde do mesmo dia, o Tribunal de Justiça de São Paulo acatou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária de 30 dias do policial militar.

O PM foi levado naquele dia ao DHPP para ser interrogado. Ele deixou a sede da delegacia e seguiu para o presídio, que abriga policiais militares.

De acordo com a Polícia Civil, Adriano é um sargento do BAEP, lotado em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. É ele quem aparece nas imagens registradas momentos antes do desaparecimento do menino. O sargento seria o homem que olha para a viela e está com as mãos para trás, aparentando estar armado.

Segundo o delegado Fábio Pinheiro, o oficial era dono de uma empresa de segurança e prestava serviços para uma outra empresa, localizada nas proximidades da casa de Guilherme. Ainda segundo o delegado, o local vinha sofrendo atos de vandalismo e furtos nos últimos dias. Segundo testemunhas, Adriano teria sido chamado por um porteiro, para impedir os atos criminosos.

Guilherme não tinha passagem pela polícia e foi sequestrado e morto após voltar de um churrasco na casa da avó.

Dinâmica do crime

01h30 - Ocorre uma tentativa de furto no canteiro de obras. O vigia Fábio chama a segurança e o PM Adriano, cuja a empresa fazia a segurança do local.

01h50 - O sargento Adriano chega em um carro preto na companhia de um outro homem. Em poucos minutos ficam sabendo da tentativa de furto e saem à procura dos suspeitos.

02h00 - Adriano retorna de carro ao canteiro de obras e entrega o celular dele ao vigia Fábio, dizendo que depois voltaria para pegar. O jovem Guilherme já estava no carro do policial. A polícia acredita que a intenção de Adriano era que o celular não fosse rastreado, pois já tinha premeditado o assassinato de Guilherme.

02h12 - Uma testemunha ouviu os dois tiros que mataram Guilherme. A polícia confirmou que Guilherme foi morto no local em que foi encontrado, em uma viela, a poucos metros da casa da avó dele.

04h40 - Família e amigos foram até o canteiro de obras à procura de Guilherme. O vigia Fabio disse que apenas o sargento Adriano poderia dar informações.

10h00 - O gerente da empresa de segurança do sargento Adriano foi até o canteiro de obras e resgatou com o vigia Fábio o celular do policial.

11h00 - Corpo do adolescente Guilherme, de 15, anos foi encontrado.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Paulo Guilherme

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.