Caso Karine: PM alega morte por tiro acidental e família, roleta russa
Durante velório em Guarulhos (SP), policial à paisana fazendo registros com celular gerou tumulto. Ele foi dominado e desarmado
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
Uma jovem de 20 anos morreu após ser atingida por um disparo de arma de fogo de um policial militar de folga durante uma confraternização em Guarulhos, na Grande São Paulo, na noite do último sábado (14).
O policial alega que o tiro foi acidental. Karine Cristina Ramos teria pegado a arma dele e, ao tentar tomar de volta, o revólver teria disparado. A irmã da vítima nega. Ela diz que Karine foi vítima de uma roleta russa, manobra em que se atira sem saber se uma bala será ou não disparada. A jovem conta que o policial desafiou a irmã, questionando se ela ficaria com medo de ter uma arma de fogo apontada para a cabeça. Karine disse que não tinha medo e o policial mandou a jovem contar até cinco e realizou o disparo.
Em nota, a PM informou que o policial, do 31º BPM, foi preso em flagrante por homicídio culposo e levado ao presídio militar Romão Gomes.
De acordo com o texto, o policial "efetuou um disparo que alega ter sido um acidente e atingiu uma mulher que não resistiu e morreu". Ainda segundo a nota, "as providências da Polícia Judiciária foram adotadas, sendo lavrado um auto de prisão em flagrante por homicídio culposo (sem intenção de matar) e o policial encaminhado ao presídio militar Romão Gomes".
Tumulto no velório
O caso ganhou um novo contorno na manhã desta segunda-feira (16) durante o velório de Karine. Um homem foi visto gravando as testemunhas com um celular. Parentes da vítima o cercaram e perceberam que ele estava armado. Uma grande confusão se formou. Ele foi dominado e desarmado. A Record TV, que acompanhou a cerimônia,registrou o momento.
A Polícia Militar foi chamada e levou o suspeito. Ele também seria policial e disse que fazia parte da Corregedoria da PM e estava investigando o crime. Mas a versão ainda não foi oficialmente confirmada.
Parentes e amigos de Karine se revoltaram com a situação, e relataram medo de que o homem estivesse no enterro a mando do PM investigado. Mesmo com a retirada dele em uma viatura, a confusão não terminou. Mais carros da polícia chegam ao local e agentes fazem buscas pelo celular desaparecido do suposto corregedor da PM. Parentes de Karine encontraram o celular escondido no banheiro masculino. Uma amiga da família guardou o aparelho para entregar para a Polícia Civil.
De acordo com a Record TV, superiores do policial estiveram na delegacia, confirmaram a identidade dele como sendo um PM e demonstraram preocupação em relação ao celular. A Polícia Civil vai investigar se o PM à paisana realmente estava a serviço de uma investigação interna do 31º Batalhão.
O PM preso pela morte de Karine foi solto no domingo (15), após audiência de custódia. O caso está sendo investigado pelo 7º DP de Guarulhos. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) foi acionada para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido no velório e assim que houver um posicionamento, será acrescentado à reportagem.