Casos de roubo em região de SP onde homem foi morto durante "saidinha de banco" aumentaram 22%
Assaltos em bairros vizinhos também subiram nos primeiros quatro meses de 2013
São Paulo|Fernando Mellis, do R7
Os roubos — assaltos em que existe ameaça à vítima — se tornaram mais frequentes na região onde o funcionário de um colégio tradicional de São Paulo foi morto, após sair de um banco, na manhã de segunda-feira (3). Números da SSP (Secretaria da Segurança Pública) mostram aumento de 22% desse tipo de crime na área do 77º Distrito Policial (Santa Cecília). Foram 402 casos entre janeiro e abril deste ano. No mesmo período de 2012 foram 329. O DP abriga parte do bairro nobre de Higienópolis, onde aconteceu o latrocínio — roubo seguido de morte —, na região central da capital.
O crescimento dos roubos foi ainda maior em regiões vizinhas, como a Consolação, por exemplo. Entre janeiro e abril deste ano, foram 736 casos. O aumento foi de 72% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram feitos 428 registros. Nos Jardins, bairro nobre da zona oeste, os assaltos subiram 30%, com 445 ocorrências nos primeiros quatro meses de 2013.
Quando anunciou os números da violência no Estado, no fim de maio, o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, prometeu que a polícia vai trabalhar tanto para o combate dos latrocínios quanto para o esclarecimento dos roubos.
— O combate ao latrocínio vai ser reforçado com a mudança feita esta semana, transferindo as investigações desse crime para o Deic [Departamento Estadual de Investigações criminais]. O latrocínio, quero lembrar, é filho do roubo. É o roubo que não deu certo e, por isso, o seu combate, em termos de esclarecimento, deve ser o mesmo dispensado ao crime do roubo.
Latrocínios aumentam 55% na capital paulista
“Saidinha de banco”
Foi em uma tentativa de roubo que o auxiliar de manutenção Eduardo Paiva, de 39 anos, perdeu a vida, na manhã desta segunda-feira (3). Segundo a polícia, ele foi seguido por dois homens em uma moto após sair de uma agência bancária. A vítima tinha descontado um cheque de R$ 3.000. Na avenida Higienópolis, em frente ao Colégio Nossa Senhora de Sion, onde trabalhava, o homem foi abordado por um deles, que anunciou o assalto.
Uma câmera do colégio filmou a vítima ajoelhada ao lado do bandido. Ele teria, segundo uma testemunha, implorado para que não fosse morto. De acordo com o delegado Wilson Roberto Zampieri, que investiga o caso, o primeiro disparo feito pelo criminoso falhou. Foi o momento em que Eduardo correu, mas acabou atingido por outro tiro, na cabeça, e caiu no meio da avenida. Os assaltantes não chegaram a levar o dinheiro, que foi encontrado na cintura do auxiliar de manutenção, quando estava no hospital.
A testemunha que assistiu ao crime vai ajudar a polícia no reconhecimento da dupla. Os investigadores também querem saber de onde pode ter vazado a informação de que Eduardo havia descontado o cheque.
Adolescente morta
Há pouco mais de sete meses, a estudante Caroline Silva Lee, de 15 anos, foi morta por criminosos que queriam roubar o celular dela, também no bairro de Higienópolis. Ela voltava de uma festa, na madrugada de 21 de outubro, quando os dois foram abordados pelos assaltantes, dentro do carro.
Eles tentaram levar a bolsa dela, mas a vítima reagiu e foi baleada no pescoço. Caroline morreu no hospital. Três suspeitos foram presos algum tempo depois e confessaram o crime.