Casos de latrocínio aumentam 55% na capital paulista 

Os crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) aumentaram 55% na capital paulista no mês de abril em relação ao mesmo período no ano passado. O dado faz parte das estatísticas de criminalidade divulgadas nesta sexta-feira (24) pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.

De acordo com o balanço, ao todo, foram registrados 14 casos na cidade neste mês, diante de nove em abril de 2012. Também houve aumento em relação ao mês passado, quando dez boletins de ocorrência foram registrados na capital. O secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, admitiu o aumento em coletiva e afirmou que ele deve ser combatido com policiamento ostensivo.

— O combate ao latrocínio vai ser reforçado com a mudança feita esta semana, transferindo as investigações desse crime para o Deic [Departamento de Investigações sobre Crime Organizado]. O latrocínio, quero lembrar, é filho do roubo. É o roubo que não deu certo e, por isso, o seu combate, em termos de esclarecimento, deve ser o mesmo dispensado ao crime do roubo.

Segundo o secretário ainda, de janeiro a abril, foram 56 casos de latrocínio na capital. Desses, 42% foram esclarecidos. Na Grande São Paulo, esse número foi de 43 no mesmo período. Dos 43, 46% foram esclarecidos.

As mudanças citadas fazem parte do novo conjunto de ações de segurança do Estado de São Paulo, que prevê a contratação de cerca de 4.700 agentes das polícias Civil e Científica e bonificação para policiais que ajudarem a diminuir os índices de criminalidade.

Dois departamentos especializados da Polícia Civil, o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e o Decade (Capturas e Delegacias Especializadas), terão modificações. As medidas também afetam o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). No caso do Deic, a atual Delegacia de Roubos passará a investigar, também, os latrocínios, passando a denominar-se 1ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios.

Entre março a abril, o número de furtos de veículos aumentou de 4.201 para 4.258. Já os casos de roubo tiveram um aumento de 6%, subindo de 9.732 para 10.391.

Estupros

Segundo os dados, houve alta ainda nos casos de estupro. Enquanto em 2012 foram registrados 233 estupros no mês de abril na capital paulista, em 2013, esse número foi de 246. Um aumento de 5,5%. Para justificar os números, o secretário citou o uso de drogas e o aumento das denúncias como alguns dos fatores.

— É um crime que nos causa repugnância, sem dúvida nenhuma, e também faz parte da nossa prioridade. Essa questão pode decorrer de mais de uma causa. Nós tivemos esse caso recente, da psicóloga [que foi estuprada na marginal do Tietê, após seu carro quebrar], nós vimos pela imprensa que o autor tinha fumado dez pedras de crack. Então, uma das hipóteses é o uso de drogas. A outra hipótese é a mudança da lei (...) Hoje, há um estímulo que leva a mulher a denunciar o crime do qual ela foi vítima.

Casos de estupro crescem 56% na capital paulista em dois anos

Queda no número do homicídio

Já os casos de homicídio doloso estão 7,8% abaixo do que em abril de 2012. De acordo com o levantamento, houve redução de 118, em março, para 95 e o número de vítimas caiu de 125 para 102. Esta foi a primeira vez que o número de assassinatos diminuiu, após oito meses de alta ininterrupta na capital.

Houve também redução dos casos no Estado e na Grande São Paulo. No primeiro caso, foram 363 homicídios em abril, 4,2% a menos do que os 379 casos de abril de 2012. A redução na Grande São Paulo foi de 2,3% — as ocorrências passaram de 87 para 85 homicídios.