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Chacina de Osasco: PM diz ter sido confundido com outro policial 

O policial militar Victor Cristilder Silva dos Santos afirma ser inocente da acusação de ter participado da chacina em 2015

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

O PM Victor Cristilder Silva dos Santos afirma ser inocente
O PM Victor Cristilder Silva dos Santos afirma ser inocente

O policial militar Victor Cristilder Silva dos Santos, 33 anos, afirma ser inocente da acusação de ter participado da chacina de Osasco e a Barueri, em agosto de 2015. O depoimento do réu começou às 15h20 desta quinta-feira (1) no Tribunal do Júri do Fórum de Osasco, em São Paulo.

Ele afirma ainda ter sido confundido com outro policial de apelido 'Boy'. "Meu apelido desde criança era Dedé. Nunca tive um Honda, nunca tive carro bom."

Cristilder é acusado de mandar mensagens para combinar o horário de início das execuções e de ser um dos policiais que estava dirigindo um veículo e atirado contras as vítimas. Em depoimento, o réu afirmou não ter inimigos, mas em função de sua profissão poderia ter algum desafeto. "Eu prendo pessoas, pode ter gente que não gosta de mim. A testemunha me confundiu com essa pessoa conhecida como 'Boy'."

Cristilder afirmou que no dia 13 de agosto de 2015, data em que ocorreram as mortes, ele estava na Força Tática da Polícia Militar, das 6h45 da manhã até as 19h. Nos dias anteriores, Cristilder diz que se preparava para um concurso. "Estava estudando para um concurso de sargento e perguntei para os policiais mais antigos sobre o que poderia cair no teste", declarou.


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Segundo o réu, ele teria procurado o guarda municipal Sérgio Manhanhã em busca de um livro de Direito Administrativo. "Tinha apenas um vínculo profissional com ele, mas me lembrei que Manhanhã tinha estudado direito e chamei ele no WhatsApp." Cristilder conta que avisou o guarda municipa,l que estaria de plantão no dia 13 de agosto, e que Manhanhã poderia ir até a base da Força Tática para entregar o livro.


De acordo com o réu, se o guarda tivesse o livro o combinado era ele mandar um sinal de positivo pelo aplicativo WhatsApp. Cristilder relata que no dia 13 de agosto optou por ficar na base em que atuava para evitar o trânsito e fazer exercícios físicos. Por volta das 20h, segundo ele, teria dormido em sua cama no próprio alojamento da base. Ao escutar barulhos do rádio da polícia, Cristilder teria acordado e percebido que se tratada de uma ocorrência. "Imaginei que era por isso que Manhanhã não trouxe o livro para mim."

Conversas pelo telefone


Cristilder relata que às 19h02 do dia 13 de agosto de 2015 enviou um sinal de positivo para o guarda Manhanhã. Na sequência, ele afirma ter mandado também um símbolo de um homem correndo. Segundo o réu, a mensagem teria o significado de "estou indo embora".

Questionado pela juíza sobre por que não ofereceu ajuda ao ser informado das ocorrências pelo rádio, Cristilder informou que "a força tática não faz integração com a guarda municipal". A juíza, porém, insistiu em perguntar porque ele teria enviado os símbolos sem questionar quando receberia o livro ou oferecer apoio nas ocorrências que teria ouvido pelo rádio.

Durante o júri, Cristilder alegou que não foi realizada a perícia em seu celular. A acusação é baseada em um depoimento de uma testemunha que informou ter visto a participação do policial militar. Cristilder foi preso preventivamente no dia 8 de outubro de 2015 sob a acusação de ter assassinado 17 pessoas e tentado matar outras sete.

O júri está previsto para acabar na sexta-feira (2), quando ocorrerão os debates entre a defesa e a acusação e na sequência a leitura da sentença.

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