Chega a 35 horas o combate ao fogo em prédio no centro de SP
45 homens e 17 viaturas ainda trabalham na ocorrência na região da 25 de Março. Dois bombeiros ficaram feridos na operação
São Paulo|Edilson Muniz, da Agência Record
Já duram 35 horas os trabalhos do Corpo de Bombeiros, que permanece no combate ao incêndio que atingiu um prédio comercial e outras três edificações – a Loja Matsumoto, uma igreja e uma outra loja de cinco andares – na rua Barão de Duprat, na região da Sé, no centro de São Paulo.
O incêndio teve início às 21h04 do domingo (10) e avançou durante esta segunda-feira (11). No auge da ocorrência, 30 viaturas com 85 brigadistas estavam no local.
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De acordo com o capitão André Elias, porta-voz dos Bombeiros, por volta da 0h desta terça-feira (12), as equipes realizavam o combate externo do incêndio. Segundo ele, o combate interno já havia sido feito em todos os pavimentos. Após a finalização do trabalho externo, as equipes retornarão à fase de rescaldo para combater alguns focos.
A corporação informou que há 45 homens e 17 viaturas empenhados na ocorrência. De acordo com o capitão André Elias, a previsão é que os trabalhos terminem até o fim do dia.
Fogo
O prédio principal tem oito andares, e o fogo consumiu totalmente o edifício. Pelo excesso de materiais de alta combustão, o fogo se espalhou rapidamente e atingiu outras três edificações.
A Loja Matsumoto, que trabalha com artigos para festas, foi inteiramente consumida pelas chamas. Uma igreja Ortodoxa também foi atingida em grande parte, e uma outra loja, de cinco andares, consumida pelo fogo.
Durante os trabalhos de combate às chamas, dois bombeiros sofreram queimaduras e tiveram que ser levados ao pronto-socorro do Hospital Municipal do Tatuapé.
O soldado Felipe Santiago Marcelino, de 22 anos, está com 39% de queimaduras no corpo, em situação estável, e permanece na UTI. Enquanto o soldado Helliton Rocha Silva do Nascimento, de 33 anos, apresenta 16% do corpo queimado e está internado na enfermaria.
Por causa do incêndio, a CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) isolou diversas ruas para o trabalho do Corpo de Bombeiros. A operação dos ônibus da SPTrans e da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) também sofreu alteração. Muitas lojas da região, conhecida pelo comércio popular, amanheceram com as portas fechadas.
Investigação
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, imagens de câmeras de segurança do local flagraram um homem – que ainda não foi identificado – saindo do estacionamento carregando sacos pretos cheios de objetos.
Policiais militares que apoiavam as equipes apreenderam cinco caixas de carregadores de celulares encontradas no estacionamento. O incêndio e o furto são investigados pelo 8º Distrito Policial, no Brás.
Falta de documentação
O prédio onde começou o incêndio não tinha o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), segundo informações do capitão André Elias. O documento, emitido pela corporação, certifica que a edificação funciona em condições de segurança contra incêndios.
Para conseguirem o AVCB, os proprietários precisam apresentar um projeto técnico que deve ser aprovado e, após esse processo, implementar as medidas de segurança. Por último, solicitar a vistoria dos bombeiros. No caso do prédio incendiado, já havia um processo iniciado, mas o proprietário não deu andamento a ele.