Cidade de São Paulo vai abrir 600 valas ao dia em quatro cemitérios
Operação teve início nesta quarta (7) após alta no número de mortes por covid-19. Prefeitura estuda construir cemitério vertical
São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7
A Prefeitura de São Paulo deu início nesta quarta-feira (7) à operação de abertura de 600 valas por dia nos cemitérios Vila Formosa, São Luiz, Itaquera e Dom Bosco. A medida foi adotada em meio ao agravamento da pandemia de covid-19 e ao maior número de óbitos pela doença.
As quatro unidades terão apoio de dez retroescavadeiras, sendo seis no Cemitério Vila Formosa, duas no São Luiz, uma no Itaquera e uma no Dom Bosco.
Hoje o Serviço Funerário Municipal tem 398 sepultadores, sendo 173 efetivos e 225 contratados desde o ano passado.
Leia também
A prefeitura também estuda construir um cemitério vertical em Itaquera, na zona leste. O projeto prevê 26 mil sepulturas em alvenaria, estilo gavetões, numa área aproximada de 1.600 m². O tempo estimado para a implantação é de 90 dias após conclusão do estudo.
Em nota, o Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo) informou que as medidas anunciadas pela gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) vieram "com grande atraso e indicam a gravidade do colapso funerário na cidade".
De acordo com o Sindsep, há anos a entidade reivindica investimento público para a construção de áreas de sepultamento vertical por ser mais seguro para o trabalhador e adequado ambientalmente.
O sindicato também cobra maquinário adequado para abertura de novas sepulturas e diz que "o expediente dos contratos emergenciais resolve apenas momentaneamente questões que exigem soluções permanentes".
A entidade quer ainda que a prefeitura convoque todos os concursados aprovados no Serviço Funerário Municipal de São Paulo diante da necessidade de mais trabalhadores na função.
Crematórios
Para ampliar a capacidade de cremações na cidade de São Paulo, está em andamento a proposta de convênio com seis crematórios de municípios vizinhos à capital.
A parceria propõe que os preços estabelecidos na tabela de valores do Serviço Funerário Municipal de São Paulo sejam mantidos nas outras localidades "possibilitando que as famílias realizem as cremações dentro do mesmo investimento que a cidade já oferece".
A prefeitura está contratando duas câmaras refrigeradas para serem utilizadas no Crematório Municipal Doutor Jayme Augusto Lopes, conhecido como Crematório Vila Alpina.
Com o aumento do número de mortes pelo novo coronavírus, em março, a média diária foi de 42 cremações. Mas em alguns dias, foi atingida a capacidade máxima de 48 realizações.
Sepultamentos
Segundo a prefeitura, nenhuma necrópole municipal está próxima do esgotamento e mais 50 sepultadores iniciaram o trabalho noturno.
Desde 25 de março, o horário para a realização de sepultamentos em 4 dos 22 cemitérios públicos foi estendido até as 22 horas nas unidades Vila Formosa, São Luiz, Vila Nova Cachoeirinha e São Pedro. Os demais funcionam em horário normal das 7h às 18h.
O Cemitério Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, agora prioriza sepultamentos de concessão e de crianças.
A administração municipal justificou que "o objetivo da nova medida é otimizar o serviço de sepultamento diário, a fim de amenizar o sofrimento dos familiares e garantir dignidade no momento do sepultamento".
Em relação às exumações, o Serviço Funerário garante que o procedimento é comum, realizado quando passados três anos (para adultos) e dois anos (para crianças até 6 anos) da data de sepultamento. Cada unidade segue um cronograma.
Vans
O Serviço Funerário subcontratou, por 30 dias, 50 vans ou furgões com altura de até 2,51m que sejam adaptados para o transporte funerário, e quatro veículos para transporte dos agentes. A frota, que era de 45 veículos, dobrou.