Cidade de SP antecipa censo da população em situação de rua
Decisão da prefeitura foi tomada por causa da pandemia. Pregão eletrônico para contratação da empresa é nesta quinta-feira (19)
São Paulo|Do R7
A Prefeitura de São Paulo antecipou para o primeiro ano da gestão a realização do Censo da População em Situação de Rua 2021 devido à pandemia do novo coronavírus. De acordo com o decreto nº 40.232, o município poderia realizar a pesquisa até o terceiro ano de mandato.
A autorização do processo licitatório foi publicada no Diário Oficial no último dia 4 e o pregão eletrônico para a contratação da empresa especializada na pesquisa censitária será realizado nesta quinta-feira (19).
Segundo a prefeitura, "a medida se faz necessária para identificação dos impactos da crise sanitária nas pessoas em situação de rua e elaboração de políticas públicas de acordo com os novos perfis dessas pessoas que fazem o uso das ruas como moradia".
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Segundo a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Giannella, a percepção é que houve um aumento dessa população. "Não só aumentou, mas diversificou. Hoje você tem mais famílias na rua por conta do desemprego e da perda de moradia", disse.
De acordo com a última pesquisa realizada em 2019, o município contava com 24.344 pessoas em situação de rua. Destas, 11.693 estavam acolhidas na rede socioassistencial e 12.651 em situação de rua.
O estudo foi feito pela empresa Qualitest Ciência e Tecnologia LTDA, que usou tablets que permitem o acompanhamento das entrevistas e dos territórios percorridos por meio de GPS.
A pesquisa consiste em fazer um levantamento completo sobre a população em situação de rua na capital. A metodologia será a mesma das anteriores para garantir a série história com a possibilidade de comparação. Serão três etapas: a contagem da população, o perfil socioeconômico e identificação de necessidades para elaboração de políticas públicas.
Acolhimento
A prefeitura criou durante a pandemia 2.393 vagas para pessoas em situação de rua, sendo 726 em oito equipamentos emergenciais em centros esportivos, 400 em CEUs (Centros Educacionais Unificados) e 1.267 em 15 hotéis, sendo 14 na região central e um na região norte.
Quatro dos hotéis foram transformados em Centros de Acolhida Especiais, sendo dois deles exclusivamente para famílias, que juntos totalizam 370 vagas, além de uma unidade para idosos, com 327 vagas.
Das vagas criadas, 1.807 estão em funcionamento. Os equipamentos funcionam 24 horas e são voltados a diversos perfis.
Já as pessoas com suspeita ou diagnóstico de covid-19 (sintomas leves) são encaminhadas para o Centro de Acolhida Especial na Vila Clementino, na zona sul, que tem 50 vagas.