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Cidade de SP atende 3 mulheres vítimas de violência por hora

Prefeitura paulistana registra 24 mil atendimentos no ano passado. Foram 2 mil casos por mês, em média

São Paulo|R7, com informações da Agência Record

SP registrou um atendimento de violência contra a mulher a cada 3 horas em 2020
SP registrou um atendimento de violência contra a mulher a cada 3 horas em 2020

A Prefeitura de São Paulo registrou 24.113 atendimentos a mulheres vítimas de violência somente na capital paulista durante o ano de 2020, marcado pela pandemia do novo coronavírus e no qual o tem também gerou preocupação devido à repercussão de numerosos casos de feminicídio. Em média, foram 2 mil registros por mês, 65 por dia ou um caso atendido a cada três horas.

Os dados incluem os 12 equipamentos que compõem a rede de proteção a mulheres vítimas de violência da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.

De acordo com os registros da prefeitura paulistana, em março, ainda antes da pandemia, 2.886 mulheres procuraram os serviços. Já no período mais rígido da quarentena, entre abril e maio, houve queda acentuada de 65% nos atendimentos. Foram 1.003 em abril e 1 mil no mês de maio.

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Já em junho, houve uma ligeira recuperação na procura pelos serviços com 1.420 atendimentos, representando elevação de 41% em relação aos meses anteriores, mas ainda muito abaixo dos patamares anteriores.


A curva voltou ao patamar de mais de 2 mil atendimentos em julho onde se manteve subindo gradualmente até novembro, o pico do ano passado com 2.890 atendimentos.

Centros de atendimento

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no primeiro semestre do ano passado, 648 mulheres foram assassinadas no país. O número representa um aumento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2019.


Por isso, a prefeitura decidiu implementar ações para reforçar o suporte às mulheres vítimas de violência doméstica, com a ampliação dos canais de denúncia pelo Disque 156; concessão do auxílio hospedagem; e a inauguração do Posto Avançado de Apoio à Mulher na estação Santa Cecília, da Linha-3 Vermelha do Metrô.

No total, são 13 serviços municipais em funcionamento: quatro Centros de Referência; cinco Centros de Cidadania da Mulher (no horário das 10h às 16h); a Casa da Mulher Brasileira (24 horas por dia, inclusive sábados e domingos) que possui alojamento provisório; as Casas de Abrigo e de Acolhimento Provisório que possuem 20 vagas cada; e o Posto Avançado no Metrô Santa Cecília, inaugurado no último mês de dezembro (abre das 8h às 19h de segunda a sexta, exceto feriados).


Segundo a prefeitura muncipal, a unidade móvel, conhecida como "Ônibus Lilás", não circulou durante o período de pandemia, mas deve retomar as atividades assim que a cidade deixar a situação de emergência.

A mulher vítima de violência, seja psicológica, física, moral ou que tenha sofrido qualquer outro tipo de agressão, é atendida no local por uma equipe especializada composta por assistente social e psicóloga que faz uma escuta qualificada, a orientação e possível encaminhamento a um dos equipamentos da rede de proteção à violência contra a mulher.

Para a secretária de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo, Claudia Carletto, os números do ano recém encerrado só reforçam a necessidade de seguirmos com ações ainda mais efetivas para que as mulheres busquem por ajuda.

"É importante que as mulheres saibam a estrutura que elas têm à disposição pela cidade de São Paulo, e onde ela pode procurar ajuda para quebrar o ciclo de violência. Elas precisam saber que não estão sozinhas", declarou. A secretária municipal afirmou ainda que a secretaria está empenhada na conscientização sobre o machismo estrutural, uma das raízes do problema.

O Posto Avançado fica na área central da estação Santa Cecília, bem diante das catracas de acesso e conta com uma sala que oferece a privacidade necessária para os atendimentos. A parceria entre o Metrô e a Prefeitura foi firmada no dia 25/11, data em que se celebra o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher.

Neste mesmo dia, as duas instituições aderiram também à Campanha Sinal Vermelho, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A campanha incentiva as mulheres abusadas ou agredidas a mostrar um sinal de X, na cor vermelha, riscado na palma da mão, para pedir ajuda.

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